Marketing Digital

10 set, 2010

Digital: antes de um departamento, um planejamento

Publicidade

A internet e as redes sociais
vieram para ficar e estão modificando freneticamente a forma como construímos nossos
relacionamentos e estabelecemos ou restabelecemos nossos negócios e
projetos profissionais. Porém uma coisa que jamais deverá ficar de fora das
novas estruturações e conceitualizações de mercado são as bases que formam o
elo entre empresa e cliente, principalmente no mundo digital. Ferramentas online
e equipamentos tecnológicos são essenciais, mas planejamento é tudo.

Vemos centenas de milhares de
empresas aderindo às novas tecnologias e pipocando entre um guru e outro, com o
intuito de criar vínculos com o consumidor através de um meio supostamente simples,
rápido e barato: a internet. 

Supostamente porque sabemos
que internet nunca foi simples. É só observarmos a quantidade de marcas que
ainda patinam nesse território frágil e complexo. Algumas das empresas mais
inovadoras de hoje sofreram muito até conseguirem chegar a um formato
minimamente aceitável, seja no sentido de relacionamento com seu público-alvo
ou na geração de receita. 

Por outro lado, temos empresas
tradicionais que introduziram o digital muito mais rápido do que grandes grifes
e marcas famosas. A adaptação à cultura digital é uma ação estratégica muito
mais enraizada e árdua do que apenas criar “núcleos digitais”. Internet é uma
busca em longo prazo. Não é rápida nem instantânea quando o assunto são os
valores e os princípios institucionais. É algo que deve ser trabalhado
paulatinamente, sendo desenhado e rascunhado diversas vezes à mesa. 

Tais rascunhos remetem ao
desenvolvimento de núcleos específicos que são responsáveis pelas ações em
comunicação digital da empresa. Criar centros digitais não significa contratar
gurus e mantê-los em ambientes com acesso à internet e máquinas Apple. Um núcleo
digital pode ser desenvolvido para inúmeras tarefas quando não há um planejamento
determinado: vai da construção de sites e envio de e-mails até ações em
crossmedia, e-commerce e marketing social. Quando não se sabe o que se quer,
aonde se quer chegar, qualquer caminho serve. 

Atualmente muitas empresas ainda
insistem em querer entrar pela porta da frente na internet. O que acontece é
que essas empresas ainda não perceberam que tal termo foi uma criação precoce, errônea.
Não existe uma entrada principal, não existe uma maneira gloriosa de se aderir
a meios e a mídias digitas. Se você não trabalha eficientemente com as ferramentas
analógicas e convencionais, de nada adianta se aventurar pelo mundo digital,
com a ideia simplória de que na internet tudo é de graça e que uma “central de
digital” é a solução para todas as perguntas. 

Apenas criar perfis no Twitter
ou no Facebook para estabelecer contato com os clientes não é uma maneira 2.0
de interagir com o consumidor; é, no máximo, uma maneira 2.0 de se enganar. O
planejamento deve ter em mente que o digital é essencial para os novos rumos do
mercado, e que as mídias sociais serão fundamentais para que novos canais e
formatos de comunicação sejam criados. 

Porém a formulação de um setor
que trabalhe exclusivamente com o digital não significa sucesso algum se não há
um plano de negócios extremamente bem delineado e traçado. O digital deve ser
trabalho por um setor especifico, mas deverá existir uma integração real entre
todas as mídias da empresa.

Mídias que significam canais,
não apenas mídias sociais ou mídias digitais. Mídias sociais não fazem nada
sozinhas. Núcleos digitais não fazem nada sozinhos. Internet não é simples,
rápida e muito menos barata. O que um departamento digital deve fazer é o que
nenhuma empresa, ou pouquíssimas, está sabendo esquematizar: um núcleo
digital deve fazer quase tudo, principalmente aquilo que não é digital. As empresas,
antes de aderirem o digital, devem pensar estrategicamente de forma digital. O digital
é um complemento da resposta, não a solução.