Inteligência Artificial

23 mai, 2025

Vibe coding: futuro da programação pode ser mais conversado do que escrito

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A Inteligência Artificial (IA) não para de avançar, uma das provas mais recentes disso é o “vibe coding”. Esse conceito representa uma verdadeira transformação na forma como devs e profissionais de outros setores interagem com o código: agora é possível criar projetos de software em ritmo de conversa, usando linguagem natural.

Vibe coding

O termo explodiu em fevereiro de 2025, graças a uma publicação de Andrej Karpathy, referência no setor de tecnologia, com passagens pela Tesla e OpenAI. No post, ele descreveu essa nova maneira de programar, em que comandos de texto ou de voz podem ser usados para escrever códigos, reduzindo a necessidade de digitação manual e repetitiva.

A ideia dessa nova abordagem é tornar a IA uma parceira tão eficiente que o desenvolvedor pode concentrar sua atenção no resultado, em vez de se prender à escrita do código. É uma maneira mais intuitiva de programar, que acelera o processo e libera o profissional para focar na análise de erros e na tomada de decisões estratégicas.

Para quem não é da área técnica, o vibe coding também funciona como um assistente. Usuários conseguem tirar ideias do papel, sem depender exclusivamente do retorno do time de tecnologia, por exemplo.

Como funciona na prática

No vibe coding, a principal “linguagem” utilizada é a natural, como inglês ou português. O usuário descreve o que precisa, e as IAs como ChatGPT, Gemini, Claude ou DeepSeek transformam essas instruções em código com alta precisão. Ferramentas como Cursor, GitHub Copilot e Windsurf já integram esses modelos em seus fluxos de desenvolvimento, tornando a experiência ainda mais fluida e colaborativa.

Durante o uso, é importante entender que o papel do dev se transforma: ele assume a função de “diretor” e “revisor”, enquanto a IA atua como parceira de programação. Ela gera códigos reais em linguagens de programação amplamente utilizadas, como Python, JavaScript, entre outras.

Por isso, quem tem pouca familiaridade com a codificação deve ficar atento para não confundir essa abordagem com o no-code e o low-code. Diferentemente do vibe coding, esses conceitos priorizam interfaces visuais, justamente para minimizar o contato direto com a programação.

E os próximos passos?

Com a velocidade que as IAs estão evoluindo, o vibe coding tem potencial para ser mais do que um “hype”. Apesar disso, o seu impacto traz dois lados.

Em um deles, a inovação pode ser uma porta de entrada para iniciantes, quebrando a barreira intimidadora da sintaxe e permitindo resultados rápidos. Do outro, há o risco de dependência excessiva da IA, o que pode comprometer o domínio dos fundamentos da programação, essenciais para criar aplicações complexas e otimizar a performance, além de potencialmente causar problemas de segurança, caso a pessoa desenvolvedora não saiba encontrá-los.

Por enquanto, o vibe coding tem sido mais recomendado para a criação de protótipos, uma vez que o desenvolvimento de um produto final pode demandar mais rigor, estrutura e habilidades avançadas de programação.

Por isso, é fundamental adotar a ferramenta com um olhar estratégico: aprender com ela, sem abrir mão do estudo contínuo e da prática consciente. Usar a IA como aliada, sem se apoiar totalmente nela, é o caminho para ganhar eficiência sem perder profundidade técnica.

Além disso, será cada vez mais importante acompanhar os debates sobre qualidade, segurança e governança do código gerado. Temas que certamente ganharão força nos próximos anos. E você, qual abordagem prefere utilizar em suas codificações?