DevSecOps

17 mar, 2014

Raspberry PI e Beaglebone Black – Você já conhece os mini-pcs?

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Está chegando ao mercado um novo tipo de computador: os mini-pcs. Apesar de ainda dar os seus primeiros passos, essa tecnologia tem potencial para gerar muitos projetos interessantes no mundo maker. Alguns de seus mais famosos representantes como Raspberry Pi e BeagleBone Black tornaram-se peças frequentes em projetos de makers no mundo todo. Descubra tudo sobre eles hoje!

O que são mini-pcs?

Primeiramente, precisamos esclarecer que mini-pcs não são os desktops comuns, que já estão no mercado há alguns anos, com placas-mãe pequenas, como micro ATX e flexATX. Estes, muito comuns em caixas de supermercado, por exemplo, são apenas versões um pouco reduzidas dos computadores comuns.

O tipo de máquina que estamos nos referindo são os credit-card sized SBCs (single-board computers ou computadores de placa única do tamanho de cartões de crédito). Além de serem super compactos, estes mini-pcs foram desenhados especificamente para serem flexíveis e fáceis de utilizar em projetos diversos por desenvolvedores, educadores e  hobbistas. Suas dimensões não ultrapassam os 8 ou 9 centímetros de lado e, como o nome já bem diz, possuem todos os seus componentes integrados em uma única placa de circuito. São também muito eficientes no consumo de energia, dispensando as complicadas e volumosas fontes dos PCs comuns e utilizando portas USB ou carregadores padrão para sua alimentação. Ainda assim, possuem opções de expansão e conectividade bem completas, como entrada e saída de áudio, cartão SD, portas USB, saída HDMI e rede ethernet.

Por que eles fazem a diferença?

Os avanços na tecnologia não permitiram apenas a miniaturização dos computadores. Permitiram também que seu custo fosse diminuído bastante. Uma máquina como o Raspberry Pi custa apenas US$35. Outro modelo, o BeagleBone Black custa a partir de US$45.

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Isto não é meramente uma questão de economia! É uma verdadeira revolução no acesso que pessoas menos privilegiadas podem ter à tecnologia. Durante muitos anos ter computador em casa era um luxo para poucos. Foi se popularizando e hoje é um eletrodoméstico bastante acessível e vendido nos supermercados. Ainda assim, um notebook básico não custa menos de R$600 ou R$700. É viável para que uma família de renda mais baixa consiga parcelar e comprar, mas completamente proibitivo para uma escola pobre montar um laboratório para ensinar programação, por exemplo.

Tornar, em um futuro próximo, o acesso à informática verdadeiramente universal é o grande impacto destas máquinas no mundo. Mais pessoas poderão aprender conceitos de programação, de eletrônica, de internet e tecnologia em geral.

Os projetos encontram ainda um lugar especial em laboratórios e nas bancadas de hobbistas, que vêem neles componentes poderosos para mover seus projetos nas mais diversas áreas. Não são só as questões de tamanho e custo que os tornam interessantes para os Fazedores. Mini-pcs contam com um recurso muito bacana chamado GPIO. Esta é uma sigla para General-purpose Input/Output, em bom português, entrada/saída de uso genérico. São portas integradas ao circuito que não tem uma função predefinida. Elas são controladas pelo chip, e portanto podem ser configuradas para a entrada ou saída de dados conforme a necessidade do usuário.

Com a programação e design corretos, é possível utilizá-las para praticamente qualquer coisa, desde o simples acender de um LED até a construção de interfaces completas com os mais diversos circuitos. Isto torna as possibilidades dos mini-PCs praticamente infinitas e explica porque Fazedores no mundo todo estão usando estes incríveis dispositivos em seus projetos.

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Apesar de alguma semelhança em tamanho e aplicações com outras plataformas, como o Arduino, os mini-pcs são equipamentos muito mais poderosos. Como dissemos antes, são computadores inteiros e que podem rodar sistemas operacionais completos como Linux e Android. Além disto, eles contam com capacidades de processamento e armazenamento muito superiores e ainda podem se conectar a dispositivos externos poderosos através das portas USB.

Os principais representantes

Os projetos que estão com maior tração nesta área hoje são mesmo Raspberry Pi e BeagleBone Black, que citamos acima. Vejamos um pouco mais sobre eles:

BeagleBoard

Projeto totalmente open source, tanto em hardware quanto em software. Ele foi projetado pela Texas Instruments, para mostrar na vida real a capacidade de um de seus SoCs (System on a Chip, ou sistema em um chip), o OMAP3530. Ele possui apenas 7,5cm x 7,5 cm, mas em suas configurações mais poderosas pode chegar até 1GHz de processamento e 512 MBytes de RAM, na versão atual, o BeagleBone Black.

Como seu projeto é open source ele já deu origem a pelo menos uma derivação, o IGEPv2.

Raspberry Pi

Raspberry Pi hoje é o mini-pc mais popular do mundo. Mede aproximadamente o tamanho de um cartão de crédito e custa apenas US$25, em sua versão mais básica e US$35 na mais poderosa. Como está, desde o seu desenvolvimento, bastante focado na área educacional, deu muito impulso a toda a tecnologia dos mini-pcs nesta área chamando a atenção da comunidade para este tipo de dispositivo.

O Raspberry, talvez pela força da sua comunidade de usuários, é compatível com uma quantidade de sistemas operacionais muito grande, passando do Raspbian – seu OS original – à outras distribuições de Gnu/Linux, Android  e algumas distribuições especializadas como a  XBMC. Isto o torna especialmente atraente para projetos como retro-gaming e home-theaters caseiros.

Você já conhecia os mini-pcs? Quer saber mais? Fique ligado no Fazedores. Nas próximas semanas apresentaremos mais detalhes sobre eles, além de ideias e dicas de projetos onde eles podem ser usados.

Até lá!

*E um agradecimento especial ao nosso colaborador Cláudio Patola pelas fotos de alguns de seus mini-pcs. Valeu!