No artigo anterior, apresentamos alguns dos modelos de impressora 3D desktop mais bacanas no mercado. O detalhe é que só mostramos um tipo de impressão: as de extrusão de plástico. Existem pessoas e empresas trabalhando para criar outras maneiras de tornar o seu modelo virtual em um objeto real. Conheça hoje outra tecnologia de impressão 3D que pode estar, logo, logo na sua casa.
Estereo…quê?
Estereolitografia! Nesse método de nome complicado, um laser é usado para solidificar partes de uma resina especial. Onde o laser incide, ocorre uma reação química (a polimerização) que torna a resina originalmente líquida em um sólido. Por isso a tecnologia também é chamada de foto-solidificação ou fabricação ótica. A estereolitografia é mais um método aditivo de construção, pois nele a cada etapa (camada) mais material é adicionado ao objeto final.
Uma grande vantagem desse método é que as camadas são muito finas, e isso afeta diretamente a resolução da impressão. Quanto mais fina a camada, maior a resolução de impressão. Os modelos possuem uma capacidade de reprodução de detalhes e acabamento simplesmente incríveis. Ele também conta com boa velocidade de produção. Contudo, é mais caro produzir nele tanto pelo preço da máquina, que tem componentes caros em sua estrutura, quanto pela resina fotossensível. Outra desvantagem é que o objeto pronto precisa ser curado, em um químico adequado, para que se solidifique completamente.
Porém, recentemente temos visto alguns projetos com o objetivo de tornar essa tecnologia bem acessível. Vamos conhecer alguns deles…
Form Labs – Form1: a pioneira
A Form1 foi custeada no Kickstarter. Ela é o primeiro projeto de impressora desktop que usa a tecnologia da estereolitografia. Até então, a técnica era restrita a grandes empresas e laboratórios.
A máquina já está praticamente terminada, mas ainda é necessário ficar um tempo na fila de espera se você quiser comprar a sua. Só saíram da linha de produção as unidades de teste e as dos primeiros compradores, que apoiaram o projeto no Kickstarter com quantias mais altas.
Apesar de compacta, ela conta com um volume de construção razoável: 12,5 x 12,5 x 16,5 centímetros. A resolução, de 25 mícrons, é muito boa! Isso permite modelos muito detalhados e uma excelente superfície de acabamento. O contraponto é o custo: tanto a máquina quanto a resina não são baratos. Fazer um super modelo do seu personagem favorito, por exemplo, acaba se tornando inviável. Entretanto, para modelos menores, como os usados em miniaturas, a Form1 é imbatível.
Peachy Printer: a impressora de US$ 100
Mais um sucesso saído do Kickstarter! Rylan Grayston partiu na ambiciosa missão de construir uma impressora que custasse apenas US$ 100: uma fração do custo das concorrentes mais baratas. Para isso, Rylan reimaginou completamente o processo de impressão e criou a Peachy Printer.
A ciência básica da estereolitografia está lá: lasers e resina. Entretanto, no lugar da mecânica complicada que move a cabeça do laser e controla a altura da plataforma, ele desenvolveu uma técnica completamente nova (e genial!).
O percurso que o laser precisa fazer para completar o objeto é calculado pelo computador, através de um software especial. Esse percurso é então transformado em um sinal analógico, que é enviado à impressora pela placa de som, através da saída de fone de ouvido do computador. Com esse sinal, a Peachy move dois espelhos, que refletem o laser na posição desejada.
Para subir a resina, em vez da plataforma mecânica, ele simplesmente injeta água no reservatório da máquina. A resina, menos densa, se eleva à medida que o tanque enche. O controle da quantidade de água que está entrando (e, portanto, o quanto a resina subiu) é feito por meio de dois conectores metálicos. Quando a água pinga através deles, um sinal é gerado e enviado para o computador através do plugue de microfone. O computador faz então o cálculo e as correções necessárias.
Como não possui partes mecânicas, a construção da máquina custa muito menos e ainda consegue ser mais compacta e confiável. A parte eletrônica é quase toda substituída pelo computador, que o usuário já tem em casa, reduzindo ainda mais os custos. A composição química da resina e quanto ela custará ainda são segredo, entretanto.
O projeto foi custeado com sucesso e está em fase avançada de desenvolvimento. Os primeiros compradores receberão suas unidades em abril de 2014, ainda em forma de kits. Apenas mais para o final do ano ela deve chegar pronta ao mercado. Estamos aguardando ansiosamente!
Artigo publicado originalmente no Fazedores.Com – http://blog.fazedores.com/estereolitografia-outra-forma-de-imprimir-em-3d/