Design & UX

5 dez, 2013

O poder do pensamento visual e as regras do cérebro humano

Publicidade

Quando falamos em design, logo relacionamos o tema com web, layout, embalagem, produto e similares, mas nem sempre lembramos que o design mais fantástico vem da biologia – o do próprio cérebro humano, que é o mais evoluído do planeta.

Entender o seu funcionamento, além de descobrir as reais necessidades do consumidor, é essencial para conseguir realizar um bom design de serviço ou produto, desenvolvendo algo que proporcione uma boa experiência para o cliente. Estar atento às regras do cérebro humano é essencial para não falhar na hora de executar uma estratégia de comunicação – e se ela for baseada no funcionamento do cérebro, o resultado na audiência será consideravelmente maior.

Ao trabalharmos com pensamento visual, por exemplo, atuamos com estímulos que acionam sinapses da memória humana. Ou seja: tudo aquilo que já foi visto no passado, em algum momento da vida, pode ser remetido em uma estratégia de comunicação de uma marca para recontar uma história, com base na memória que cada indivíduo possui.

Por isso é tão importante praticar a empatia e se colocar no lugar do cliente, para entender as suas necessidades, histórico e comportamento a fim de utilizar essas informações para traçar uma boa estratégia na hora de contar histórias, prendendo a atenção a partir de memórias subconscientes do cliente. E atenção é o bem mais precioso nos dias de hoje, já que estamos conectados a diversas plataformas e ferramentas que fazem com que ela seja facilmente dispersada. Mas o que fazer para conseguir prender a atenção do ser humano?

John Medina, biólogo molecular, estudou a fundo o cérebro humano e sintetizou em 12 regras o funcionamento do órgão em seu livro “Brain Rules”, best seller nos EUA. Selecionei os principais pontos neste artigo para que, com base nesse funcionamento, possamos traçar uma estratégia de comunicação eficaz, garantindo a audiência ao prender a atenção do interlocutor em um texto, imagem, apresentação, áudio ou vídeo.

1. O instinto de sobrevivência

Nós evoluímos e os nossos cérebros ficaram mais sofisticados. Porém, ainda está nos nossos genes a sensação de aventura ao encarar algum desafio que nos remeta às perseguições do nosso passado como animais de caça e caçador. Sintetizando, não prestamos atenção em coisas entediantes, sem a empolgação das ameaças. Desafios são interessantes por natureza para o ser humano. O mesmo acontece ao apresentar a solução para o cliente – a dor dele deve ser expressada e destacada –, mostrando quais são os desafios que ele enfrenta no dia-a-dia e qual é a solução que resolverá seus problemas.

2. O instinto de reprodução
Podemos dizer que, no final, tudo remete a sexo. Por mais que você negue, também está no sangue prestarmos atenção em algo que remeta a reprodução e sexualidade, tais como design, acessibilidade, beleza, sensualidade implícita. O design pode atuar com base nessa regra em suas cores, traços, linhas e curvas. Tudo muito implícito, destacando o poder do sexy, sem se vulgar.

3. As emoções
O que nos diferencia dos outros animais e o que nos faz humanos são as emoções. Por exemplo, alegria, raiva, tristeza e medo podem ser evidenciados na comunicação audiovisual, visual, escrita ou auditiva. São diversas formas de incrementar uma forma de apresentação com emoções, seja em um layout ou em uma palestra, com uma série de elementos que façam com que a pessoa sinta uma dessas emoções durante o consumo do conteúdo apresentado.

Para quem quiser se aprofundar mais no assunto, o livro “Brain Rules”, de John Medina, é fantástico e dá uma grande ajuda ao pensamento visual e à prática do storytelling.