Desenvolvimento

24 abr, 2018

Resultados da pesquisa sobre comunidades de tecnologia

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Comunidades de tecnologia/desenvolvimento de software são grupos muito importantes para a nossa evolução profissional. Através das discussões em comunidades que aprendi grande parte (uns 70%) do que eu sei.

Como parte da minha filosofia de devolver para a comunidade o que a comunidade me proporcionou, eu “presto” mentoria para pessoas que desejam entrar na área de desenvolvimento. Parte da minha mentoria é indicar grupos legais para as pessoas se envolverem e seguirem com seu crescimento.

Se estou ajudando alguém em front-end, indico o frontendbr; se estou ajudando alguém com Android, indico a Android Dev BR; se é back-end, a BackendBr, php-sp, SouJava e assim por diante. Não citarei todas as comunidades para o artigo não ficar muito grande.

Indico essas comunidades por conhecer diretamente as pessoas que fazem parte dela e confiar nesse pessoal. E são diversos os critérios que usamos para identificar se uma comunidade é legal, desde o seu código de conduta até o comportamento da moderação.

Como forma de saber como anda a “saúde” das comunidades brasileiras, iniciei esse ano uma pesquisa sobre as comunidades que chamei de Community Health e todo ano postarei no meu Twitter e outras redes sociais, assim como aqui no iMasters e no meu perfil no Medium, o formulário para levantar dados e deixarei o resultado público neste repositório.

A pesquisa é totalmente anônima para garantir a segurança das pessoas que enviam as respostas. Somente os resultados serão compartilhados. Assim como já faço no Training Center com nossa pesquisa de clima.

Resultados da pesquisa Saúde das Comunidades 2017

Este ano eu lancei a pesquisa questionando o ano passado, 2017. Não coloquei questões muito específicas, nem citei nenhuma comunidade, para não enviesar as pessoas e para que elas digam exatamente o que pensam para que eu possa formular melhor as próximas pesquisas.

Você também pode me ajudar a melhorar as questões abordadas na pesquisa através de uma issue no repositório.

Vamos analisar o consolidado do resultado de 2017: obtivemos somente 271 respostas, mas já deu para extrair informações importantes. A pesquisa ficou no ar do dia 12 de fevereiro até o dia 28 do mesmo mês e foi divulgada em comunidades pelo Facebook, Slack e fóruns.

Há quanto tempo você participa de comunidades?

  • 24.7% está nas comunidades entre 2 e 3 anos
  • 21.4% está há mais de 6 anos
  • 14.8% participa há mais de um ano, mas menos que dois
  • 8.5% entre 5 e 6 anos
  • 7% há menos de 6 meses

Você trabalha na área de tecnologia?

  • 94.1% das pessoas que responderam a pesquisa trabalham com tecnologia

Se sim, a quanto tempo você trabalha na área?

  • 48.8% trabalha na área há mais de 6 anos
  • 15.7% entre 2 e 3 anos
  • 15.4% entre 5 e 6 anos
  • 8.7% entre 3 e 4 anos

Você participa mais em quais meios de comunicação com as comunidades?

Aqui obtivemos as seguintes respostas:

  • 164 pessoas (60.5%) participa pelo Facebook
  • 146 pessoas (53.9%) participa pelo Slack
  • 141 pessoas (52%) participa pelo GitHub
  • 112 pessoas (41.3%) participa pelo Telegram
  • 109 pessoas (40.2%) participa pelo Whatsapp

Onde as porcentagens são de 0 a 100 do total de pessoas que responderam a pesquisa, 271.

As comunidades, em geral, te ajudam profissionalmente?

  • 89.7% recebeu ajuda profissional nas comunidades
  • 8.1% não sente que recebe ajuda

Aqui recebemos uma resposta que mostra que precisamos tomar mais cuidado com nossas comunidades:

“Depende da comunidade”.

O que você acredita que falta nas comunidades?

Para essa questão recebemos respostas bem positivas:

  • “Não tenho muito a reclamar. Geralmente ela me ajuda quando preciso, principalmente as de JavaScript e Elixir”
  • “Até hoje não acho que falta nada”
  • “Falta nada. Está tudo certo!”

Mas também tivemos respostas bem negativas:

  • “Algumas não são sérias. Marcam o evento e ninguém aparece”
  • “Um espaço para quem está começando. Muitas vezes quem já está lá acha que quem chega já sabe tudo, e espaço para quem está começando poder ajudar também”
  • “Comprometimento de participantes. Muitos se inscrevem para meetups gratuitos e no final acabam não aparecendo, impedindo que outros possam participar”
  • “Mais paciência com os novatos”
  • “Suporte a iniciantes”
  • “Companheirismo e paciência com os novatos”
  • “Por incrível que pareça, ainda tem um pessoal que não respeita a escolha de linguagem X ou Y. Então, respeito e empatia”
  • “Talvez algumas panelinhas de palestrantes, tipo organizadores que só chamam amigos para palestrar”
  • “Descentralizar os grandes eventos. Alguns acontecem em SP e RJ, poucos acontecem no Norte ou Nordeste. Talvez eventos menores poderiam atingir um público maior”
  • “Uma maior união. Paciência para alguns e talvez projetos para ajudar quem está iniciando na área”

Conclusão

Esta pesquisa ainda tem poucos dados para analisarmos, mas para o ano que vem vamos melhorar os inputs e trazer mais informações úteis para todos.

Algo que já percebemos, mesmo com poucos dados, é que estamos falhando bastante com nossos(as) iniciantes. Mesmo em comunidades focadas no público iniciante, recebemos o mesmo input de que eles/elas não estão encontrando conteúdo/linguagem acessível e não estão entendendo como utilizar nossos meios de comunicação/ferramentas.

As demais respostas podem ser vistas e analisadas nesta planilha.

Espero que esses dados sejam úteis para melhorarmos nossa comunidade como um todo, pois somente a nossa união (líderes de comunidades ou não) é que vai criar um ambiente acolhedor e seguro para as pessoas participarem dos grupos.