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24 mar, 2022

Como o desenvolvedor pode se beneficiar de tecnologias low code?

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Um dos maiores mitos na área de desenvolvimento de aplicações é que ferramentas como low-code e no-code pouco agregam na rotina de trabalho. É comum a ideia de que a baixa necessidade de códigos faz com que essas ferramentas não apliquem aos profissionais técnicos da área. Entretanto, esse é um assunto que deve ser desmistificado, pois os desenvolvedores podem se beneficiar, e muito, do uso dessas formas de criar aplicativos.  

Uma das vantagens, sem dúvida, é a redução do tempo de criação. Sabemos que uma aplicação, por mais simples que seja, possui um tempo de produção considerável quando baseada em códigos. E a programação, mesmo sendo uma ciência exata, também não está livre de falhas humanas. Quantas vezes um profissional desenvolvedor já ficou procurando nas linhas de uma aplicação onde estava uma vírgula errada para poder fazer o projeto funcionar como deveria?  

Uma pesquisa realizada pela Deloitte mostrou que desenvolvimento com low-code, pouco código, pode ser de 50% a 90% mais rápido do que uma abordagem tradicional, isso porque o software cria linhas automaticamente, permitindo que o profissional utilize menos códigos – o que por si só já traz mais produtividade. 

Já com a solução no-code, sem nenhum código, esse percentual de agilidade pode ser ainda mais elevado, tendo em vista que se cria aplicativos de maneira mais simples e intuitiva, apenas clicando e arrastando ícones, em um processo semelhante ao que é usado hoje em dia em plataformas de criação de sites. 

O conceito de programação low-code e no-code vêm se estruturando tanto que, até mesmo, soluções com data analytics e Inteligência Artificial (IA) podem ser realizadas com apenas alguns cliques. Portanto, mesmo um profissional especializado teria muito mais produtividade ao criar uma solução utilizando essas técnicas.  

Outro benefício é descentralizar a criação de aplicações da área de TI e permitir que outros profissionais com diferentes tipos de formação e experiência possam criar um aplicativo com funcionalidades básicas – o que permite que a equipe de tecnologia foque em projetos mais desafiadores e incentiva o conhecimento tecnológico no mercado que, atualmente, está carente de profissionais qualificados.

De acordo com relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a área de Tecnologia da Informação (TI) demandará cerca de 420 mil profissionais até 2024, boa parte, certamente, destinada a criação de aplicativos, que aumenta anualmente. 

Para se ter uma ideia do potencial dessa área tanto para o mercado, quanto para as pessoas que querem ingressar na área, só no primeiro trimestre do ano passado, os internautas baixaram 10% mais apps do que o mesmo período de 2020, totalizando 31 bilhões de downloads, segundo a consultoria App Annie. 

Um exemplo recente da aplicabilidade dessas ferramentas vem de uma grande empresa, a Braskem. Colaboradores da companhia criaram um aplicativo utilizando o Power Apps, plataforma de desenvolvimento utilizando baixo código para monitorar casos suspeitos e confirmados da COVID-19. A aplicação possui integração com o Power BI para armazenamento e a leitura dos dados de infecção do coronavírus; bem como serviços do Azure.  

O app é integrado ao Microsoft Teams, que possui um chatbot para facilitar a inserção dos sintomas e do status de vacinação dos funcionários diariamente. Com a solução, foi possível otimizar o acompanhamento médico pelas equipes de saúde, além de reunir informações sobre a vacinação entre seus funcionários.  

Após a coleta dos dados, ele consegue alertar os médicos locais e os gestores responsáveis automaticamente, caso seja identificado um caso suspeito ou confirmado da COVID-19, além de permitir que a equipe médica, integrantes do comitê da COVID e os responsáveis regionais da Braskem também visualizem a curva de contaminação da doença, a localização dos casos, status de infecção e licenças médicas. Na época em que o caso foi divulgado, em novembro do ano passado, foram realizadas cerca de 3.500 autodeclarações diariamente. Tudo isso com uma ferramenta low-code! 

Em relação à segurança, essas soluções também fornecem um alto nível de proteção, uma vez que são construídas na nuvem e contam com diversas camadas de proteção que já são aplicadas by design. Além disso, as equipes de TI podem trabalhar em parceria com outras áreas para revisar as aplicações e garantir que todas as configurações de segurança foram ativadas. No caso do Power Apps, da Microsoft, é possível proteger dados contra vazamento e conexões não autorizadas, garantindo que as informações que você considera sensíveis sejam disponibilizadas apenas para usuários credenciados por você, além de oferecer recursos abrangentes de prevenção da perda de dados.  

Estudos e tendências estão nos mostrando o potencial que as tecnologias low-code e no-code podem trazer para os negócios e organizações de qualquer porte ou segmento. Esse é um caminho sem volta para a democratização da inovação, beneficiando profissionais de tecnologia e entusiastas da área.