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8 jul, 2009

Web 3.0 – um bicho de sete cabeças?

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Há muito pouco tempo começaram a surgir boatos por aí de que estamos entrando
na Web 3.0, ou a “Web Semântica”. E hoje eu vim falar um pouquinho, pra vocês,
sobre essa nova tendência.

Como meu amigo Bernard De Luna (especialista em (X)HTML, CSS e
semântica) disse: “Não existem versões. Existe a tendência a uma evolução
natural das coisas. Nós simplesmente percebemos essa mudança de vento e queremos
dar um nome pra ela.
” Não exatamente com essas palavras, mas sei que foi
isso que ele quis dizer.

Estamos entrando numa época onde cada vez mais sites e mais domínios são
comprados, publicados e jogados na Internet e, diga-se de passagem, sem nenhum
cuidado, planejamento ou organização. E é esse o pilar da tal Web 3.0:
organização. Cada vez mais informações (verdadeiras ou falsas)
estão sendo publicadas na Internet. Isso se deve ao boom da Web 2.0 onde a
contribuição do visitante é o bem mais valioso de um site. São comentários,
fóruns, notícias, muitos blogs, fotos, vídeos, Twitters e por aí vai. É um mundo
de possibilidades onde você pode criar o seu conteúdo, da forma e cor que
desejar.

A tecnologia não pára de crescer, cada vez as máquinas e os robôs estão mais
inteligentes. E juntando essa inteligência artificial com inúmeros algoritmos de
processamento, essas máquinas são capazes de armazenar e organizar
informações.

Então veja que mundo perfeito: se nós, humanos, estamos produzindo e
publicando qualquer tipo de informação (em todos os idiomas e dialetos
possíveis) e as máquinas, em contrapartida, são capazes de captar, entender e
organizar essas informações, o mundo está a um passo do que poderia ser chamado
de cultura global, ou conhecimento global, onde cada pessoa tem acesso a qualquer tipo de informação, e as máquinas são
capazes de, baseadas nessas informações, tomar decisões e automatizar (mais
ainda) a vida dos seres humanos.

Tá… e o que essa lengalenga toda tem a ver com o meu HTML?

Sem dúvida nenhuma, o maior formato de publicação de conteúdo na Internet
hoje (o maior acervo de conhecimento da humanidade) é o formato em HTML ou
XHTML Seja o Twitter ou um blog, são todos HTML. E a Web 3.0 sugiu da
necessidade de organizar toda essa avalanche de informação que vem sendo criada
diariamente de uma forma irresponsável, para que as máquinas possam ter acesso a
esse tipo de informação.

Veja o exemplo do Crawler Google. O que é ele, senão um super-robô
que fica, o dia inteiro, vasculhando todos os sites do mundo e armazenando
informações para serem entregues quando você faz uma busca? Agora imagine que
você é esse robô e tem que armazenar, na sua memória, informações relativas a
uma biblioteca inteira 25 mil livros. Só que infelizmente cada livro foi
escrito por um autor, seguindo uma escola literária diferente, idioma diferente
e catalogado de forma diferente Fica bem pior pra você, não fica?

A tendência da “nova Web” é exatamente essa: Organizar o HTML usando os
elementos corretos, seguindo um padrão internacional (definido pelo
W3C) e, permitindo assim, uma melhor compreensão do seu
site.

O “Melhor dos Mundos”

Imagine o que pode acontecer em um futuro próximo: você marca um evento na
sua agenda do Google ou Yahoo, por exemplo, “reunião no escritório da empresa X às 14h”. Aí o seu computador, baseado em toda essa gama de informações possíveis,
descobre o endereço desse escritório e, usando uma API geográfica, descobre que
esse escritório fica em outro estado. Então, automaticamente, ele já busca a melhor opção de vôo pra você e até
informa o vôo, horário, data, e preço, usando
um sistema das empresas de linhas aéreas. É só você concordar com ele e a sua vida
está resolvida.

Isso tudo será possível se nós, criadores de conteúdo (leia-se HTML), a
partir de hoje mesmo, começarmos a organizar o que criamos.

A maioria dos desenvolvedores está acostumada a criar o HTML e o CSS ao
mesmo tempo. Com isso você acaba tendo que escolher os elementos que vai usar
para facilitar a sua vida na hora de criar o CSS. Faça como o Bernard De
Luna
me ensinou: sempre crie TODO o HTML da página antes, sem
nem pensar no CSS. Use os elementos corretos para exibir o conteúdo do seu site
de forma hierárquica e concisa.

Se você for criar uma série de elementos que irão se repetir, como menus,
listas de produtos e listas de notícias, use listas (<ul>), pois esse
elemento informa pra máquina que aquilo é uma lista!

MicroFormats

Existe uma coisa bem legal chamada MicroFormats que é uma das bases dessa tal
Web 3.0 (que vem acompanhado do HTML 5 e do XHTML
2
). Ele se baseia na passagem de parâmetros, via seu código HTML
(usando elementos específicos acompanhados de classes pré-definidas) para
informar que tipo de informação está sendo transmitida. Um exemplo básico seria
numa página onde tem os dados de contato e, ao redor do telefone, você diz que
aquilo ali é o seu telefone usando um class=”phone”. Isso vai
fazer com que o robô identifique mais fácil que o telefone do autor daquele
site, ou da empresa em questão, é aquilo que está dentro do elemento.

Desenvolvimento Ético, por uma WEB melhor

Não é só na medicina e na advocacia que existe ética. Você deve ser ético
também na hora de criar um conteúdo HTML pois, se você o fizer da forma correta,
usando os conceitos e padrões internacionais, inserindo todas as informações
necessárias, além de ter um site muito mais bem posicionado e indexado nos
sistemas de busca, você vai contribuir para uma digitalização correta de todo o
conhecimento do mundo e, quem sabe, não precise ter que procurar a sua passagem
de avião pro próximo evento que for.

E pra quem ficou curioso sobre o assunto, as palavras-chave de busca são:
semântica, XHTML, W3C e
outras espalhadas pelo texto. 

Um grande abraço!