APIs e Microsserviços

2 set, 2015

As APIs no mercado de mídia e entretenimento – Parte 5: The New York Times

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Dando continuidade à série de APIs no mercado de mídia e entretenimento, hoje é a vez do The New York Times.

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O jornal norte-americano The New York Times é gigantesco, contando com mais de 3.500 funcionários e produzindo um dos jornais mais famosos e aclamados mundialmente, todos os dias.

Através de APIs, o jornal mudou sua forma de encarar a comunicação digital, o que não é normal para empresas desse segmento. Além disso, o caso do NYT pode ser considerado um case de sucesso para qualquer empresa que busca expor APIs.

Como um jornal consegue fazer isso?

Já falamos, nesta série, do caso da ESPN, em que a abertura não deu muito certo, inclusive custando dinheiro à empresa. Os outros cases de sucesso que abordamos não eram jornais e já tinham um perfil de tecnologia mais forte.

Bom, vamos do começo. A revolução dentro do The New York Times teve início com o lançamento da primeira API, em 2008, com a API de financiamento de campanha das eleições Americana. Como eles mesmos descreveram a API na ocasião:

Com a API do financiamento de campanha, você pode recuperar dados de contribuição e de despesas com base em documentos apresentados à Comissão Eleitoral Federal dos Estados Unidos. Dados financeiros de campanha são públicos e estão disponíveis a partir de uma variedade de fontes, mas os desenvolvedores da API do New York Times separaram os dados em agregados, que respondem à maioria das questões de finanças de campanha. Em vez de debruçar sobre depósitos mensais ou pesquisar um banco de dados de divulgação, você pode usar a Times Campaign Finance API para recuperar rapidamente totais de um determinado candidato, consultar agregados por localidade, ou obter detalhes sobre um doador específico. Fonte

Aqui no Brasil, temos uma API muito interessante, também voltada para a transparência de eleições. Essa API é exposta pela Transparência Brasil, que compila dados de políticos e tem diversos projetos anticorrupção. A Sensedia ajudou na organização de um Hackathon dessa API, no ano passado.

Vender jornal não é mais tão simples

Pensando nos players de mídia e entretenimento que vimos até agora, um fator comum é a capacidade de gerenciar e processar informação e conteúdo. A API de contribuição de campanha do The New York Times é um bom exemplo disso, pois as fontes de informação estão disponíveis para todos, mas com o seu poder de processamento eles conseguem entregar essa informação para o seu leitor de forma muito mais organizada e acessível.

Quando os desenvolvedores criam aplicativos usando a API do NYT, o jornal afirma-se como uma parte essencial da nossa informação do dia a dia. No caso de estratégias mobile, isso faz todo o sentido, já que o acesso a notícias através de apps tem aumentado a cada dia.

Outro ponto positivo para a empresa é a melhora do SEO para o seu conteúdo online. As vendas de jornais físicos não são as mesmas de anos atrás, o que impulsiona modernização e inovação no setor.

Não só isso, mas a troca de informação através de portais e blogs tira a importância de grandes jornais. Antes, um grande jornal era sinônimo de qualidade da informação. Hoje, o excesso de fontes tirou a importância de quem dominava esse segmento.

Publicar apenas para leitores de visitas orgânicas em seu site ou somente de forma impressa já não é uma estratégia que faz sentido e, com isso, o setor de mídia estará perdendo um importante público. Nesse contexto, as APIs dão novos ares e novas possibilidades.

Conclusão

E o The New York Times não parou em apenas uma API – hoje o jornal tem 14 APIs abertas. A quantidade de informação é incrível: é possível, por exemplo, pesquisar notícias e manchetes a partir de 18 de setembro de 1851! As possibilidades de criação de apps são enormes (veja a galeria de apps).

Um dos meus favoritos que é o “The Most Popular API”, com o qual é possível descobrir os links e metadados dos blogs mais acessados pelos leitores do The New York Times e até os e-mails mais compartilhados. Incrível!

Com isso, o jornal conseguiu distribuir o seu conhecimento de informações de forma grandiosa e, assim, se manter como fonte e articuladora relevante no mercado de informação e conteúdo.

Na semana que vem, traremos mais uma empresa (Twitch.tv) que está inovando no mercado de mídia e entretenimento! Nos vemos lá!