O título (Liberdade, Igualdade e Fraternidade) é uma grande homenagem ao filósofo Jean-Jacques Rousseau, um dos principais defensores dos movimentos que buscavam a liberdade. A Revolução Francesa foi cunhada e baseada nesses princípios, mas, de 1789 aos dias atuais, muita coisa mudou na França, em empresas francesas e, no fim, muitos esqueceram esse princípio básico de liberdade.
Falo isso com muita propriedade, pois recentemente participei de um projeto de SEO (Search Engine Optimization) que tinha tudo para ser um sucesso, um grande case de uma multinacional francesa, mas infelizmente alguns “padrões” internos que a empresa tinha fizeram com que os resultados não fossem tão bons como poderiam ser.
Acho que o grande erro em projetos de SEO é que o cliente que contrata um fornecedor deve deixar claro, no início do projeto, quais as limitações que podem ser encontradas; mas nada disso foi informado neste projeto de que participei. Quem já fez um projeto de SEO sabe: normalmente, os clientes querem fazer um trabalho de otimização, achando que somente isso vai resolver todos os problemas da empresa e suas páginas vão ficar sempre nas primeiras posições dos principais mecanismos de busca. Se prometeram isso para você, mentiram, ok?
Prometer que as páginas de um site, por menor que seja o cliente/empresa, vão ficar nas primeiras posições, das primeiras páginas, nos resultados de busca, é um grande erro. Além disso, escolher palavras-chave no meio do projeto também é um outro erro grave. Pior ainda é a empresa desejar um bom resultado com o serviço de otimização de sites, quando nela existem muitas limitações na implementação do projeto, principalmente com relação a padrões web.
Veja bem, minhas recomendações não eram baseadas em padrões meus ou em uma metodologia minha. Eu estava simplesmente sugerindo algumas recomendações muito importantes para obter um bom resultado nas buscas, baseado em regras da W3C. Também não estou falando de padrões de uma empresa, e sim de padrões reconhecidos e recomendados mundialmente pelo órgão máximo no assunto.
A resposta que recebi na época foi mais absurda ainda, “Não podemos fazer essas mudanças no site, pois se fizermos, vamos mudar todos os sites da empresa no mundo todo”. Ora, que bom então, certo? Eu disse para eles colocarem um <h1> no título da página e isso seria feito em todas as páginas no mundo. Isso simplesmente significaria que o site não ia aparecer bem posicionado apenas no Brasil, mas no mundo todo. Infelizmente, a miopia interna não permitiu esse entendimento. O <h1> foi somente um exemplo. Houve recomendações mais simples, que o cliente também dizia que não podiam ser feitas.
Claro que para mim fica um grande aprendizado: perguntar no briefing do projeto, logo nas primeiras etapas, se existem alguns padrões internos na empresa que não podem ser mudados. E aprendi, também, que a Revolução Francesa não libertou o mundo corporativo francês para entender o mundo globalizado, onde as regras de uma empresa francesa não importam muito, ainda mais quando se espera um resultado com o trabalho de otimização, pois regras mundiais são mais importantes e promovem esse maior resultado.
Conclusão: fiquei um período de tempo envolvido em um projeto, onde 70% das recomendações não eram feitas como eram passadas. Nessas horas, perde o cliente, que está se auto-sabotando e, sinceramente, se vai fazer um projeto de SEO só porque está na moda, ou porque tem que “queimar” alguma verba, “torra” tudo em banner. Se não der certo, você justifica que estava fazendo branding 😉
A história acima é um verdadeiro case de “decadence avec elegance”*
Abraços,
*”Decadence avec Elegance” é a versão afrancesada que o rockeiro
brasileiro Lobão fez do verso famoso do Kraftwerk em “Europe Endless”
(1977) ª : ´ Promenades and avenues / Europe endless / Real life and
postcard views / Europe endless / Elegance and decadence ª.