Não me considero um “dinossauro” da informática, mas fiz parte de um momento o qual me orgulha. Foi uma fase de mudanças, revoluções e avanços contínuos da tecnologia, onde os resultados eram mais difíceis de atingir, e juntamente com isso, gastavam-se muitas horas do nosso perfil autodidata para aprender como configurar um hardware ou fazer determinada aplicação funcionar.
Quem usou as primeiras versões de MS-Dos, Unix e Linux, sabe o que significa “configurar no braço”, durante um longo tempo, na fase em que usabilidade e acessibilidade ainda não eram o foco das aplicações, e a maioria das configurações tinham que ser feitas manualmente.
Montar uma interface de rede ou instalar um modem no Linux no “braço”, qual Linuxer não fez isso? – esses foram bons tempos para alguns, tempos que não voltam mais, alias, será que eles deveriam? Graças aos wizzards (assistentes) os usuários domésticos podem efetuar tarefas sem que necessitem de conhecimentos avançados de informática para chegar ao seu objetivo final no simples uso de uma aplicação para redigir textos, lembram do Word Star do MS-Dos ou do VI do linux? O usuário tinha que saber comandos para qualquer função que ele quisesse executar, seja salvar ou abrir um arquivo.
Os usuários desta época, devem se lembrar também, que se configurava os arquivos .bat, .sys, para conseguir ter o layout do teclado compatível com ABNT2, e de quão difícil era instalar o sistema operacional Unix/Linux, tendo apenas o modo texto e inúmeros comandos a digitar para setar os parâmetros para criar as partições de disco e swap, coisas que foram 100% substituídas por interfaces amigáveis, que reduzem o tempo e facilitam a vida do usuário final.
Atualmente, a maioria das aplicações tem o mínimo de usabilidade, muitas vezes já fornecido pela própria IDE de desenvolvimento, que acaba direcionando o desenvolvedor a seguir intuitivamente boas praticas de usabilidade.
Mas até que ponto usabilidade está diretamente ligada aos wizzards?
Na real concepção dos fatos, uma coisa deveria complementar à outra, mas nem sempre isso acontece, poucas fábricas de software conseguem suprir este quesito de forma adequada, o que acaba muitas vezes depreciando e criando uma má impressão da funcionalidade e facilidade que o software deveria fornecer.
Porém nem tudo está perdido, uma nova era de softwares clama por wizzards que venham a facilitar a vida de quem fica por trás da tela, e por incrível que pareça, existe uma grande preocupação com isto. Órgãos internacionais estão regulamentando esse tipo de necessidade, que se faz mais importante. Uma nova frente está se abrindo também a sistemas que atendem a pessoas que são portadoras de necessidades especiais, o que por sua vez mostra a maturidade que o meio está sendo forçado a adquirir.
A Geração Wizzard está ai! Aos que reclamam e gostam do legado complicado do passado, basta apenas se adequar à nova era de aplicações e se render às facilidades que este recurso pode ter no seu dia-a-dia, aos usuários dependentes de wizzards, fiquem tranqüilos, pois isto só tende a aumentar e a melhorar com um nível de consistência que está se confirmando eficiente.
As pessoas já estão se acostumando com o clássico “next, next, finish”, e não tem nada de errado em dizer que wizzard é legal!
Até a próxima!