Tecnologia

15 abr, 2009

A tecnologia como fator de economia em tempos de crise

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Aquecimento global e meio ambiente são alguns dos principais temas discutidos atualmente. O consumo consciente, maneiras eficientes de utilização dos recursos naturais, além da diminuição dos impactos gerados pela fabricação de mercadorias, também estão nas principais agendas.
 
Entre as principais ações discutidas estão a redução da emissão de CO2, do uso de água, melhor utilização de recursos renováveis e reciclagem em geral. Essa necessidade ficou mais premente após o início da crise financeira, que tornou imperativo o uso consciente dos recursos com ênfase na redução de custos. Os momentos de crise devem ser encarados como oportunidades de inovação e eficiência nos processos de negócios, entre eles a TI. As empresas devem direcionar seus investimentos em tecnologias que protejam o investimento, com melhor gerenciamento da TI e redução nos gastos com energia elétrica.
 
Um tópico pouco discutido, no entanto, é o impacto causado pelo consumo de energia pelo uso de computadores e servidores. Os computadores e servidores desempenham um papel preponderante na sociedade atual. Ao longo dos anos, o poder de processamento aumentou exponencialmente e em milhares de casas, o PC não é desligado durante todo o dia atuando como um media center, provendo entretenimento, ajudando em trabalhos escolares e conectando as pessoas com o mundo externo. Já nas empresas, um volume de informações que pode ser medido em terabytes se acumula todos os meses, gerando a necessidade de criação de datacenters cada vez mais potentes para armazenar o conteúdo produzido.
 
Essa revolução da tecnologia já havia sido prevista por Gordon Moore (co-fundador da Intel) em 1965, quando ele formulou a máxima de que o número de transistores em cada chip dobraria a cada dois anos. Enquanto engenheiros trabalhavam para tornar essa previsão uma realidade, também desenvolviam pesquisas para minimizar o consumo de energia e aumentar a eficiência dos processadores. De fato, ao longo dos últimos 30 anos desde a Lei de Moore, a relação de consumo entre energia/ transistor foi aperfeiçoada em aproximadamente um milhão de vezes!
 
Para entender o que estamos falando, basta observar que enquanto um processador desenvolvido há menos de dez anos, equipado com uma tela de LCD consome 938 kW por ano, um processador top de linha, voltado para plataformas móveis, também equipado com uma tela de LCD consome apenas 156 kW por ano.
 
A Lei de Moore também pode ser aplicada aos datacenters. Em 2004, para se conseguir uma velocidade de 5.1 Mbps (operações de negócios por segundo de acordo com sigla em inglês) era preciso seis racks, 126 servidores que ocupavam 22 metros quadrados e consumiam 48 kW por ano. Em 2007, esse mesmo poder de processamento era conseguido com apenas um rack equipado com 17 Blades. Ele por sua vez ocupava 4 metros quadrados e consumia 6 kW. Isso significa a redução de 83% no espaço ocupado e uma economia de energia avaliada em US $ 53 mil anuais.
 
A preocupação com o meio ambiente não pode passar ao largo das compras tecnológicas. O consumo consciente, baseado na utilização de tecnologia que oferece um melhor poder de processamento, ao mesmo tempo em que auxilia na redução do consumo de energia deve fazer parte da decisão de compra de todas as pessoas. Cada um de nós deve tomar a responsabilidade de contribuir para um planeta sustentável e isso não significa apenas eliminar o desperdício, mas principalmente fazer escolhas inteligentes.