Arquitetura de Informação

18 abr, 2019

Internet: domínio “.br” completa 30 anos

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O domínio “.br” completa 30 anos nesta quinta-feira. Olhar para o passado, para quando ele surgiu, é lembrar de uma época em que poucos tinham acesso à internet. Poucos mesmo. A velocidade era extremamente lenta. A conexão, discada. Mesmo assim, estava tudo bem. Tudo era uma grande revolução. Uma grande novidade.

Afinal, não tínhamos parâmetros de comparação com nada parecido anteriormente. Mas antes de termos essa experiência remota com a internet, o domínio foi lançado. O “.br” é operado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Ele se consagrou como um do maiores ccTLD (country-code Top Level Domain) do mundo. Atualmente, são mais de 4 milhões de nomes registrados.

Nascimento do domínio “.br”

Conta a história. que foi em 18 de abril de 1989 que Jon Postel delegou o “.br” ao grupo que operava redes acadêmicas na Fapesp. Postel era cientista da computação e ajudou no desenvolvimento da internet. Ele foi responsável pela atribuição de ccTLDs.

O estudo levou tempo. Em 1991 é que começaram a surgir subdomínios. Nesta época a internet começava a ganhar forma no Brasil. Apareceram, então, os domínios “gov.br”, “com.br”, “net.br”, “org.br” e “mil.br”.

Com o começo do uso comercial da internet, as páginas se multiplicaram. A partir daí, a internet cresceu tão rapidamente, que já não era possível mais pensar em tecnologia, crescimento e evolução sem internet. Se em 1996 já existiam 7500 domínios registrados no Brasil, em 2006, passavam de 1 milhão.

WWW também fez 30

A World Wide Web também fez 30 anos, como o iMasters publicou em março.

Tim Berners-Lee, conhecido como “pai da web”, apresentou em 1989 uma proposta para o que se tornaria a world wide web. Para refletir sobre os 30 anos dessa invenção que mudou completamente a nossa sociedade, ele publicou recentemente uma carta aberta no site da Web Foundation.

“A web se transformou em praça pública, biblioteca, consultório médico, loja, escola, estúdio de design, escritório, cinema, banco e muito mais. É claro que com cada novo recurso, cada novo site, a divisão entre os que estão on-line e os que não estão, vai aumentando, tornando ainda mais imperativo fazer da internet um local disponível para todo o mundo”, disse Berners-Lee na carta.

Porém, Tim reconhece que há problemas: “ao mesmo tempo que a internet foi criando oportunidades, dando voz aos grupos marginalizados e facilitando nossas vidas diárias, também criou oportunidades para golpistas, dando voz àqueles que espalham o ódio e tornando mais fácil a perpetração de todos os tipos de crime.”

Contrato

Diante da atual realidade, Tim Berners-Lee relatou na carta aberta que, “à medida que a rede vai reformulando nosso mundo, temos a responsabilidade de garantir que ela seja reconhecida como um direito humano e construída para o bem público. É por isso que a Web Foundation está trabalhando com governos, empresas e cidadãos para construir um novo Contrato para a Web“. Esse contrato, segundo Berners-Lee, foi lançado em Lisboa, no Web Summit, “reunindo um grupo de pessoas que concordam que precisamos estabelecer normas, leis e padrões claros que sustentem a web”.

Isso não significa censurar a internet, segundo o criador. Ele explica que “os governos devem traduzir leis e regulamentos para a era digital. Eles devem garantir que os mercados permaneçam competitivos, inovadores e abertos. E têm a responsabilidade de proteger os direitos e liberdades das pessoas on-line. Precisamos de defensores de uma web aberta dentro do governo – funcionários públicos e autoridades eleitas que agirão quando os interesses do setor privado ameaçarem o bem público e se levantarão para proteger a rede aberta.”

“Se desistirmos agora de construir uma web melhor, então a web não terá falhado conosco. Nós teremos falhado para com a web”, concluiu Tim Berners-Lee.