Generative AI

19 ago, 2025

O Vibe Coding e a Nova Era da Programação: Quando a Ideia Vira Código

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Conheça o conceito de vibe coding e a transformação da programação com IA para converter ideias em aplicações funcionais

Foto: Reprodução/Freepik

Para desenvolvedores, o vibe coding é apontado como uma das principais tendências da programação, com potencial para transformar a área nos próximos anos. Se você acompanha tecnologia, sabe que conceitos assim não surgem do nada. Andrej Karpathy, especialista em inteligência artificial com passagem por empresas como Tesla e OpenAI, foi quem ajudou a popularizar essa abordagem.

Com essa técnica, qualquer ideia pode ser transformada em código executável apenas a partir de descrições em linguagem natural. Funciona porque a IA, por meio de modelos de linguagem avançados (LLMs), realiza a maior parte do trabalho.

Karpathy resume bem: “Você só sente a ‘vibe’ com a IA. Dá o comando, recebe o código, roda, vê o que não funciona, tenta de novo, faz uns ajustes, cola e tenta de novo. Não precisa de uma especificação detalhada. A especificação está na sua cabeça. Você simplesmente cria.”

E os números reforçam a tendência. Segundo a Y Combinator, cerca de 25% de suas startups usam IA para gerar 95% de todo o seu código. Para quem trabalha com tecnologia, esses dados mostram como o vibe coding já impacta a rotina de profissionais e equipes.

Como o vibe coding funciona

O processo é simples na teoria, mas poderoso na prática: substituir a escrita manual de código por uma conversa com a IA. Esse diálogo ocorre de duas formas principais:

1. Plataformas integradas de criação

Ferramentas como a Hostinger Horizons, por exemplo, permitem que o usuário descreva seu projeto em linguagem natural e receba a aplicação funcionando, sem interação direta com o código-fonte.

Com um comando como “criar um aplicativo de reservas com integração de calendário e envio automático de e-mails”, é possível gerar front-end e back-end prontos para testes. Essa abordagem é ideal para iniciantes e não desenvolvedores que precisam validar um protótipo rapidamente.

2. Assistentes de codificação

Assistentes baseados em IA, como GitHub Copilot, ChatGPT e DeepSeek, dão mais controle técnico. Nessa abordagem, o programador solicita trechos de código específicos e os integra manualmente ao projeto.

Essa combinação de automação e controle preserva o domínio sobre arquitetura, stack e integrações, ao mesmo tempo que acelera tarefas repetitivas e libera tempo para decisões estratégicas.

Em ambos os casos, o ciclo é iterativo e criativo:

  1. Criar um prompt claro e objetivo.

  2. Receber o código gerado pela IA.

  3. Executar e validar o resultado.

  4. Ajustar e refinar conforme necessário.

Por exemplo, um podcaster pode gerar clipes com IA, um criador pode enviar respostas de formulários diretamente para o Notion, e um freelancer pode configurar um chatbot para responder perguntas frequentes.

Para obter resultados melhores, vale caprichar nos prompts e ser bem específico. Em vez de escrever só “Crie um site”, tente algo como “Crie um site de uma página para um designer, incluindo portfólio, serviços e formulário de contato”. Quanto mais detalhes forem incluídos, mais próximo do esperado o aplicativo ficará.

Diferenças em relação à programação tradicional

Na programação tradicional, cada linha de código precisa ser escrita à mão, seguindo a sintaxe e as regras da linguagem. No vibe coding, o desenvolvedor funciona mais como um arquiteto de soluções, dizendo o que quer e deixando a IA cuidar da implementação inicial.

Essa diferença traz implicações claras:

  • O vibe coding é mais rápido para protótipos e MVPs, mas menos indicado para sistemas complexos que demandam alta otimização ou segurança crítica.

  • A codificação manual oferece maior controle e previsibilidade, enquanto a abordagem com IA é mais flexível e voltada a iteração rápida.

Muitos desenvolvedores experientes já usam o vibe coding como complemento, não substituto, aproveitando a IA para eliminar tarefas repetitivas e focar na resolução de problemas estratégicos.

Benefícios práticos para criadores e equipes

O vibe coding vai além de uma simples conveniência: ele muda a maneira de criar software, reduzindo o tempo entre a ideia e o produto final e permitindo que mais pessoas participem do processo. Entre os principais benefícios estão:

  • Velocidade – Protótipos e MVPs podem ser desenvolvidos em horas, não semanas.

  • Acessibilidade – Reduz barreiras para quem não tem formação em programação.

  • Foco criativo – Libera tempo para design, UX e definição de funcionalidades.

  • Iteração ágil – Permite testar hipóteses e ajustar funcionalidades em ciclos curtos.

  • Paridade de ferramentas – Pequenos negócios têm acesso a recursos antes restritos a grandes empresas.

Essa rapidez muda o jogo no mercado: ideias que antes ficavam só no papel agora podem ser testadas e aprovadas gastando bem menos.

Segurança e boas práticas

Apesar da facilidade, o código gerado por IA pode conter falhas ou vulnerabilidades. Por isso, boas práticas continuam indispensáveis:

  • Revisar todo o código antes de colocá-lo em produção.

  • Testar em ambientes isolados (sandbox) antes da implantação.

  • Implementar tratamento de erros e validação de entradas para evitar ataques comuns.

  • Manter backups de versões funcionais para facilitar reversões.

O vibe coding também muda como a gente pensa os projetos. Em vez de passar semanas planejando antes da primeira linha de código, dá para criar uma versão mínima, testar com usuários e ir ajustando com base no feedback.

Para quem trabalha em startups ou equipes ágeis, isso é uma mão na roda: permite mostrar um MVP validado a investidores antes de investir em uma solução completa.

Mas não dá para confiar só na IA. Saber escrever prompts claros e revisar com atenção o que ela entrega faz toda a diferença para o resultado final.

Desafios e limitações

Apesar do potencial, o vibe coding não é solução universal. Entre os principais desafios estão:

  • Qualidade inconsistente do código gerado, exigindo supervisão humana.

  • Limitações de contexto dos modelos, que podem não entender requisitos complexos de arquitetura.

  • Dependência de ferramentas externas, o que pode afetar a continuidade de projetos.

  • Questões de propriedade intelectual, ainda em debate quando o código é gerado por IA.

Esses pontos mostram que, embora seja uma revolução no acesso, o vibe coding ainda requer cautela e conhecimento técnico para uso profissional.

Tendências para os próximos anos

A expectativa é que, no curto prazo, a IA assuma cada vez mais tarefas repetitivas e estruturais. No médio e longo prazo, veremos múltiplos agentes de IA trabalhando juntos em tempo real, gerando código, testes automatizados e implantações seguras.

Segundo projeções, até 2026, cerca de três em cada quatro novos aplicativos serão criados com ferramentas sem código, adotando o vibe coding. Esse cenário mostra a transformação do papel do desenvolvedor, que precisará focar em validação, integração e inovação.

O vibe coding não é só uma técnica: é uma mudança cultural na forma de criar software. Ele permite que qualquer pessoa transforme ideias em produtos funcionais, independentemente do tamanho da equipe ou do orçamento.

Reduzindo o tempo entre concepção e execução, o vibe coding amplia a diversidade de soluções e acelera ciclos de inovação. Ao mesmo tempo, fortalece a presença digital como um diferencial competitivo.

Para quem atua no setor, entender e dominar essa abordagem se torna essencial. Quem se adapta cedo conquista vantagem estratégica, aproveitando a IA para liberar tempo e criatividade no desenvolvimento de soluções reais.