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19 jun, 2013

Sobre aviões no ar e oportunidades

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Mês passado peguei um vôo com meus colegas de trabalho até Austin, no Texas, para participar de uma conferência de desenvolvedores, organizada pela empresa na qual trabalho. Nos dias seguintes, apresentaríamos diversas novidades nas ferramentas para criação de apps para iOS e Android que a empresa possui, para mais de 600 pessoas, além de diversas palestras sobre como focar na experiência do usuário e interação mobile.

Como ia voar de United, baixei o aplicativo deles na App Store. Depois disso eu passei um bom tempo me perguntando como que uma empresa tão grande podia dar conta de tantos aviões no ar, mas não conseguia fazer um aplicativo de celular que prestasse.

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De alguma forma eu me limitei a poucos serviços web e apps, e tinha certo tempo que não sofria com interfaces ruins e mal pensadas. Mas daí lembrei que experiências como o check-in da United não são exceção (muito pelo contrário!): empresas grandes com soluções quadradas ainda são maioria e podemos vê-las em qualquer canto.

Felizmente esses tipos de problemas — que empresas grandes não dão conta (quem diria!) — são os que muitas start-ups correm atrás para tentar resolver. Elas dificilmente chegam com algo totalmente novo; como têm a oportunidade de pensar em como resolver o problema do zero, elas simplesmente tentam oferecer algo simples que funcione bem. Será que é pedir demais? 🙂

Exemplos de projetos que podem ser chamados de inovadores mesmo tendo entrado em mercados existentes não faltam. Quando o Dropbox foi lançado, já existiam dezenas de soluções que prometiam armazenamento online. Um mercado que parecia saturado estava, na verdade, cheio de concorrentes meia-boca e clientes insatisfeitos.

O Airbnb (que surgiu com três colchões infláveis e um grupo de amigos tentando resolver o problema de hotéis lotados durante eventos em São Francisco) é hoje maior do que muita rede hoteleira ao redor do mundo.

O Facebook mesmo surgiu depois que muita rede social já estava fazendo sucesso. E o Google e o iPod e o Uber, e a lista não acaba.

Até mesmo a plataforma BoicotaSP, que não substitui o Procon nem o Reclame Aqui, mas complementa listando lugares em São Paulo que exploram demais seus consumidores, é um bom exemplo de como sempre existe espaço para resolver problemas.

Em todos os cantos onde existem problemas há ideias e soluções esperando para serem ocorridas. Quanto maior o número de problemas, maior o número de oportunidades.

(Talvez não dê para concorrer com uma companhia aérea. Mas tudo bem, uma coisa de cada vez).

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Este artigo foi publicado originalmente na Revista iMastersAcesse e leia todo o conteúdo.