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24 out, 2012

Raspberry Pi: educador de massas ou brinquedo para geeks?

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Se de alguma forma você perdeu o hype, Raspberry Pi é um pequeno computador que pode ser adquirido pelo preço de um conjunto de filmes em Blu-Ray. Criado pela Raspberry Pi Foundation, organização sem fins lucrativos, esse aparelho foi desenvolvido com o intuito de ensinar às pessoas o básico sobre computadores, tanto em termos de hardware como de programação. Numa era em que inovações em smartphones, tablet, pcs, laptops e uma quantidade infindável de outros gadgets são tão frequentes, esse aparelho se distingue por ser tecnologicamente avançado, mas traz consigo a promessa de um aroma agradável do passado.

Nos anos 80, quando micro-computadores como o ZX Spectrum e Commodore 64 dominavam o mercado, os usuários eram introduzidos a uma tela branca e um cursor. Naquela época, era possível aprender a programar com facilidade, usando linguagem BASIC como default. Esses míticos aparelhos vinham com um certo tipo de livretos que ajudavam o usuário. A Fundação Raspberry pretende reavivar esse espírito, fornecendo às pessoas um aparelho que permita esse engajamento, tática que deu muito certo nos anos 80. Mas será que  a Fundação vem conseguindo atingir esse objetivo hoje?

O hardware do Raspberry Pi é, sem sombra de dúvida, de uma qualidade enorme comparado ao seu valor. Há conexões com o mais moderno hardware, e o que está em falta pode facilmente ser adicionado (como o Bluetooth). Assim, o usuário pode conectar a maior parte do hardware, como uma impressora  ou um scanner, e usá-lo, como faria com qualquer computador. Isso sem dúvida é uma grande ponto positivo, pois mostra que o aparelho é facilmente adaptável às necessidades do usuário.

Mas nem tudo é um mar de rosas. Os problemas aparecem quando começamos a procurar por software (os sistemas operacionais disponíveis são normalmente variações do Linux que não incluem um desktop gráfico, e a experiência de utilização é, muitas vezes, antiquada), ou pelo fato de não existir muita oferta no mercado em documentação para o computador.

Se prestarmos atenção aos usuários desse aparelho, verificamos que muitos são experts em Linux. Embora o número de vendas venha satisfazendo as expectativas da companhia, um número considerável de pessoas que adquiriu o aparelho depressa se aborreceu com ele. Provavelmente, isso não acontecerá com os computer experts, mas não podemos esquecer que o objetivo primário do lançamento desse produto era educar as massas na arte da programação (e por isso é que a Fundação tem o estatuto de organização sem fins lucrativos).

Quando o objetivo pretendido é generalizar mais o conhecimento de computadores e aumentar o entendimento no domínio das tecnologias de informação, pode-se afirmar que esse aparelho fica aquém do que se propôs inicialmente.