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7 jul, 2010

O iceberg – custos ocultos de uma infraestrutura

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A terceirização de infraestrutura está em evidência este ano, diante da adesão e da popularidade do conceito de Cloud Computing. O Outsourcing está consolidado entre as grandes corporações e, com o Cloud, começa agora a chamar a atenção de médias e pequenas empresas. Segundo pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC) no Brasil, a terceirização está em primeiro lugar na lista de prioridades de 90% dos CIOs consultados.
 
O surgimento desse conceito ficará marcado na história de TI, assim como o auge das (.com) que enfrentamos em meados de 2000, que também fortaleceu o uso da internet.
 
Para os gestores de TI, as negociações com os representantes desse novo mercado têm servido como um exercício de reforço sobre os diferenciais que o uso de um data center externo traz em relação à manutenção de uma infraestrutura interna.

E é um exercício que vale a pena ser feito. Não tem sido raro ouvir no mercado argumentos comparando o valor mensal de um contrato de terceirização com o custo de aquisição de um novo servidor – e a lembrança de que este último pode ser parcelado em até dez vezes sem juros. Não é bem assim, mas é preciso ter claro onde está o equívoco, mostrar a essas empresas que o custo de aquisição do equipamento é apenas a ponta do iceberg e lembrá-las que, por trás do servidor, há muito mais custos envolvidos.


 
Organizar uma lista dos custos envolvidos em uma infraestrutura de TI pode ser uma forma eficaz de pontuar para onde vai o dinheiro investido. Há alguns itens que precisam ser lembrados, como:
 
Espaço físico – dentro da empresa, o servidor – ou o parque de servidores – ocupa um espaço que poderia ser dedicado a atividades diretamente relacionadas ao negócio. Se a empresa está crescendo, esse espaço poderia ser ocupado por mais funcionários, ou por um estoque maior, ou por novas instalações. Quantas empresas sabem o custo disso?
 
Energia elétrica e climatização – aqui estão dois vilões das estruturas de TI e que precisam ser considerados no momento de escolher entre terceirizar ou não. De acordo com a consultoria IDC, os custos com energia e refrigeração em breve devem se tornar os mais altos em relação à operação de servidores. A IDC calcula que os custos relacionados a hardware cresceram 8% nos últimos cinco anos, enquanto os gastos com energia e refrigeração mais que dobraram.
 
Conectividade – com a internet onipresente na vida de todas as empresas, a equação sobre custos ganha uma nova variável a ser considerada: mais servidores em operação significam mais necessidade de banda. Na prática, quer dizer que a compra de novos servidores, sem a equivalente adição de banda, pode tornar todos os aplicativos da companhia mais lentos, reduzindo a produtividade.
 
Arquitetura de rede – embora os fabricantes estejam se esforçando para produzir equipamentos cada vez mais simples, servidores corporativos ainda não são 100% plug & play. A instalação de um novo equipamento exige mudanças complexas na arquitetura da rede, e isso toma horas de profissionais especializados.
 
Segurança física e lógica – outro custo “escondido” nas estruturas de TI. O aumento do parque de TI exige a ampliação do uso de melhores práticas, tanto no que diz respeito à segurança física – como blindagem e segurança patrimonial, por exemplo -, quanto no que se refere à segurança lógica com a compra de equipamentos de firewall, contemplando recursos de IPS e IDS.
 
Licenças de software – a aquisição de novos servidores, na maior parte das vezes, vem acompanhada de novas licenças de software, e isso deve ser computado. É preciso lembrar que, se a demanda aumenta – com mais usuários, por exemplo -, também cresce a necessidade de disponibilização de aplicativos para o novo contingente.
 
Gerenciamento e monitoramento – ampliar o parque interno de servidores significa, também, contar com uma estrutura maior para gerenciar e monitorar essas máquinas. Isso pode se traduzir em mais software, mais infraestrutura e, principalmente, mais recursos humanos.
 
Colocar tudo isso na ponta do lápis não garante que a opção pela terceirização será mais barata. Isso vai depender do tamanho da estrutura a ser substituída, dos aplicativos a serem usados, da conectividade exigida e outros tantos fatores. Mas com certeza vai garantir que a comparação seja justa, dando à empresa parâmetros reais para fazer a melhor escolha.