DevSecOps

2 fev, 2011

Um ponto fraco no império de Zuckerberg

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Mark Zuckerberg parece
estar disposto a fazer o Facebook lucrar de verdade em 2011. Alguns
dias atrás anunciou a inserção de anúncios em atualizações de
status, o ‘sponsored stories‘. Hoje começa a realizar testes com uma
novidade que deve fazer muito barulho em breve (se realmente
emplacar): o ‘buy with

friends‘ (compre com amigos), ou, em outras
palavras, compras coletivas pelo Facebook.

Novidades como essas
parecem vir a reboque de um pronunciamento do Facebook dizendo que a
empresa buscará novas fontes de receita através de anúncios. E
como força propulsora desse movimento poderíamos indicar a
avaliação de US$ 50 bilhões que foi feita do Facebook após
investimentos do banco Goldman Sachs.

Enquanto isso…

O Orkut faz 7 anos de
vida, mas a notícia no país em que 91% dos usuários de Internet
possuem uma conta no Orkut continua sendo “Facebook é avaliado em
50 bilhões de dólares”. Talvez o aniversário do Orkut não seja
mesmo pra ser notícia, afinal, o Facebook também faz 7 anos em
2011. Certo?

E enquanto o Facebook
investe na criação de mecanismos para extrair lucro de seu rico e
populoso curral (leia-se, “nós, usuários”), o Orkut segue numa
linha esquisita de melhorias em sua navegação, numa tentativa de
ficar um pouco mais parecido com… o Facebook!

E ainda assim, o
gerente de produtos do Google, Eduardo Tuller, insiste num discurso
otimista. Em uma nota divulgada para a imprensa, ele disse considerar o usuário do
Orkut muito maduro em redes sociais, um usuário que sabe muito bem
com quem compartilhar suas fotos e conteúdos. E completa: “o Orkut
está em constate evolução”. Será que estamos falando do mesmo
Orkut?

Ascenção e queda

Faço um esforço
tentando elencar alguns fatores que possam contribuir para esse
cenário tão díspar. Por que o Orkut virou sinônimo de “vergonha
alheia”? Um dia ter um perfil no Orkut já foi considerado status;
ter um perfil lotado era estar no topo da cadeia alimentar social.
Mas hoje você diz que tem um Orkut na mesma entonação que diz “eu
assisto Vale a Pena Ver de Novo”.

Seria óbvio dizer que
hoje o Facebook experimenta um prestígio já vivido pelo Orkut anos
atrás. Mas o que poderia ser minimamente revelador seria apontar a
linha do horizonte sob a qual Zuckerberg verá seu império ruir.

As mesmas reclamações
que recaem hoje sobre o Orkut, cairão um dia, de forma um tanto
quanto diferenciada, sobre o colo de Zuckerberg. O Orkut é uma rede mais dura para negócios. Já expliquei em meu blog

a diferença semântica entre uma comunidade e uma fanpage. As empresas interagem
muito mais naturalmente com as pessoas no Facebook do que no Orkut.

Mas o calcanhar de
Aquiles de Zuckerberg está exatamente nesse ponto. Quem avisa amigo
é: o ataque

hacker que sua fanpage sofreu não foi em vão. O
Facebook opera sob a tênue linha que separa o “oba-oba”
ignorante da consciência de si. O ponto onde gostaria de chegar é
que pode haver o momento no qual os usuários do Facebook irão
perceber que a verdadeira riqueza de Zuckerberg e seus acionistas
somos nós mesmos. Todos juntos, 600 milhões de vidas produtivas,
valemos atualmente 50 bilhões de dólares (e a tendência é sermos
mais valorizados).

O colega hacker que
deixou o singelo recadinho na página de Zuckerberg não reclama sua
fatia no bolo de lucros do Facebook. Qualquer um saberia que isso é
no mínimo insustentável, tendo em vista o atual modelo de
capitalismo que vivemos. O hacker contestou a participação nos
investimentos! A mensagem é clara: se o Facebook precisa de grana,
deixe os próprios usuários investirem e lucrarem com isso. Dessa
forma, teremos um “negócio social” cujo investimento é a soma
de capital financeiro com capital social. Genial!

Se Zuckerberg for
realmente sagaz como o pintamos, ele deve ter ido dormir rezando para
ninguém dar ouvidos a esse maldito hacker…