É notável que um P.O. (Product Owner) presente durante o
desenvolvimento do software potencializa o sucesso do projeto. Ele
exerce um papel muito importante, diminuindo o GAP entre a equipe de
desenvolvimento e o negócio.

Mas somente um P.O. presente é a solução para o desenvolvimento de um
software que realmente satisfaça o resultado esperado para o negócio?

Acredito também que um usuário presente que conheça o contexto para o
qual o software está sendo concebido pode ser a chave para a entrega
de um produto que atenda as expectativas de todos envolvidos.

Para responder de forma clara e interessante o questionamento
apresentado, farei uma comparação entre o comportamento de uma “pessoa
comum” e um profissional da área musical ao ouvir uma canção.

Quando ouvimos uma música, não direcionamos nossa atenção para a forma
como ela foi criada. Normalmente, não nos preocupamos com os detalhes
técnicos envolvidos, tais como: acordes, instrumentos, efeitos,
arranjos, entre outros componentes que foram utilizados.

Já, o músico tem outra percepção ao ouvir uma música, sua atenção se
volta aos detalhes. Ele analisa o som de cada instrumento, o encaixe das
notas, a melodia, enfim, tudo envolvido. Isso lhe faz apto a criticar e
a propor melhorias para a canção, com a propriedade inerente a alguém que
está totalmente inserido no contexto.

O ponto central do exemplo acima é a importância da visão de uma
pessoa que tem conhecimento e que vive a realidade do negócio – nesse
caso, o músico.

Atualmente estou como líder de um projeto aqui na Qualidata, onde
temos um P.O muito presente, além de um usuário com vasto conhecimento
da área em questão, o que tem ajudado muito no desenvolvimento. Pois há
situações em que somente esse usuário poderá criticar pontos que passam
despercebidos pela equipe e trazer ideias interessantes, o que só alguém
com experiência do campo de atuação poderia fazer.

Apesar do mencionando anteriormente, tenho ciência de que a realidade
apresentada nesse projeto nem sempre será possível de se alcançar em
todos os casos. Muitas vezes, por falta de recursos, outras por falta
desse usuário experiente ou até mesmo pela falta de conscientização das
empresas da importância desse cenário.

O ideal seria dar uma ênfase maior à questão levantada, pois esse
pode ser o detalhe determinante para se alcançar o software que
realmente atenda as necessidades do negócio e do usuário final.