E começou 2017. Pra celebrar o ano novo, resolvi entrar com tudo no Ubuntu 16.04, Xenial.
Apesar de ser 2017 e o Ubuntu 16.04 ter sido lançado em abril de 2016, a versão que uso é corporativa, o que significa que foi homologada pela empresa. Então, leva um tempo até estar certificada pra uso (o que significa várias adaptações na Intranet também). O anúncio de sua disponibilidade foi quase no fim de dezembro de 2016 e fiquei feliz de começar 2017 já com um sistema novo.
Eu tinha já atualizado meu desktop pro 16.04, mas eu praticamente nunca o uso. Está lá o steam instalado, mas eu dificilmente ligo. Quem me adicionou para jogar sabe disso (spoiler: eu também jogo mal pra caramba).
Mas a instalação no meu laptop seria um passo muito maior, com uso diário e desenfreado do sistema, puxando ao limite.
Nem preciso dizer que até rolou uma lágrima quando rebootei meu Ubuntu 14.04 com 241 dias de uptime pra fazer upgrade. Foram quase 8 meses de longevidade, mas eu precisava desse upgrade. Um sistema de 2014 estava para lá de desatualizado.
A instalação foi tranquila e terminou depois de aproximadamente meia hora. Mesmo sendo um laptop com SSD, o que demorou mesmo foi a recuperação dos dados do meu /home. E sim, foi preciso reinstalar (recomendação da Canonical).
Mas como alguém forjado no fogo do Unix através de décadas, certeza que fiz backup. Inclusive perdi um certo tempo salvando meus containers preciosos de docker. E… esqueci de fazer backup do diretório onde salvei os containers. Mas meu /home foi recuperado. (nota mental: salvar os containers num diretório que eu realmente faça backup).
O Ubuntu 16.04 já sai pedindo atualizações para virar 16.04.1. Sinal do tempo que levou pra ser homologado. O kernel padrão é o 4.4.x, então, não perdi tempo e, enquanto sincronizava o /home, já fui dando git clone no repositório do kernel. Tentei o kernel 4.9 mas encontrei problemas no suspend e na parte gráfica. Tentei o 4.10-rcx e também encontrei instabilidade. Voltei pro 4.7.x. Fiquei com ele até ontem, quando problemas na placa gráfica da Intel começaram a aparecer (os vídeos, como efeito colateral, ficavam sempre atrasados em relação ao som). Então, compilei o 4.9.5 que teve release recentemente e, aparentemente, está tudo funcionando melhor.
Linux elxaf7qtt32 4.9.5-helio #7 SMP PREEMPT Sat Jan 21 23:35:49 CET 2017 x86_64 x86_64 x86_64 GNU/Linux
Mesmo rodando systemd, minha decepção ficou por conta do KDE5. Vários coredumps, travadas em geral, mudança na proteção de tela – que agora é uma insossa tela estática com imagem ao invés de xscreensaver -, mudança na UI de configuração e, o que foi o pior, mudança na API de systray do Xprotocol. Isso significou que programas como pidgin e keepassx simplesmente não voltam mais se são minimizados.
A coisa desandou tanto que tive de sair do KDE5. Experimentei alguns outros WMs e, no fim, terminei com o mate. Não sou fã do Gnome, mas o mate deve servir até eu recompilar o KDE4 inteiro para o Xenial. Essa é a solução que vi no momento. Eu estava tão excitado com o plasma… Decepção…
Mas fora o KDE5, o sistema roda redondo. Já gravei dois webcasts esse ano no Unix Load On e o gerenciamento de dispositivos funcionou lindamente (pavucontrol na veia). Também já fiz um vídeo com o Kdenlive, que se mostrou melhor e até mais rápido que a versão que usava no 14.04.
No geral, estou feliz com a versão mais nova do Ubuntu, mas triste em ver que o KDE permitiu um release tão pobre da sua versão 5. E antes que mencionem ser uma versão mais velha e com muitos bugs, eu sincronizei com o ppa do kubuntu pra pegar os releases e updates mais recentes. Alguns bugs resolvidos, mas coredump em quase tudo.
E vamos ver se chego novamente nos 241 dias de uptime. Só faltam 240 dias e 6 horas pra chegar lá.