Esse artigo parece meio atrasado, afinal estamos no começo de fevereiro já. Mas levando em consideração que ainda temos 11 meses pela frente, acho que é válido!
Bom, depois de ler vários artigos, vou destacar as tendências que achei mais interessantes e enriquecedoras para os nossos processos de UI.
1. Micro-interações, GIFs e outras animações
Não mais ou menos importante, eu quis começar com esse tópico porque ele abre discussão para um outro tema importante e relevante que é a ampliação do trabalho colaborativo entre designers e desenvolvedores.
As micro interações são pequenas animações ou transições divertidas que estão relacionadas a uma ação do usuário. Elas ajudam a entender o que aconteceu ou o que vai acontecer quando ele interage com a interface.

Para projetar esse tipo de animação de forma bacana, duas expertises precisam entrar em campo e trabalhar em conjunto: designers e desenvolvedores front-end.
Desde o início do projeto, eles vão planejar as estratégias e experimentar essas micro animações de modo que fique natural e agradável, comunicando ao usuário o status ou resultado de uma ação ou auxiliando-o a manipular algo.
2. Interfaces conversacionais
No Brasil ainda parece novidade, mas lá fora as interfaces conversacionais já estão na roda há algum tempo e continuam em alta.
Como bem explica o Fabrício Teixeira, do uxdesign.cc Brasil:
“Em linhas gerais, uma interface conversacional é aquela que acontece em forma de conversa entre um humano e uma máquina. Há quem argumente dizendo que toda interface é, na verdade, uma conversa — mas, nesse caso, a interface também tem a aparência de uma conversa, dessas que você tem com um amigo em um aplicativo como o Whatsapp, Facebook Messenger ou Hangouts”.
Novamente, o desafio aqui é alcançar uma naturalidade na interação: de modo que pareça que o usuário realmente está conversando com a máquina.

Em alguns casos, a comunicação é oral inclusive, como acontece com a Siri (Apple) e o Google Assistant (Google).
Como mostra o relatório da pesquisa Digital in 2016, da “We are social”, o WhatsApp já é a 2ª plataforma social mais utilizada no Brasil. Em escala mundial, então, a intensificação de uso desse tipo de aplicativo é ainda mais acelerada. Na China, por exemplo, dá pra fazer quase tudo através do weChat: pedir comida, chamar um táxi, agendar consultas etc.
O crescimento do uso dessas plataformas claramente tendem a influenciar, cada vez mais, as interfaces e interações que serão projetadas. A tecnologia já caminha a passos largos para isso: o avanço das redes neurais, que processam linguagem, estão deixando os chatbots mais inteligentes, por exemplo.
3. Vídeos: full-screen e imersivos
Sim, ele continua sendo o tipo de conteúdo preferido. Afinal, nada chama mais (e prende) a atenção do que um vídeo. Isso porque ele é dinâmico e envolve o usuário de maneira rápida, dando o tom da comunicação de forma mais efetiva.

Além de ter belas imagens ocupando a tela inteira, o vídeo que contenha uma boa narrativa é um poderoso recurso de engajamento e uma ótima opção para contar uma história, quer seja de uma empresa ou do início de um negócio.
O recurso é bem versátil. Veja o projeto Snow Fall, do NY Times: nele, a técnica foi muito bem empregada para explicar de forma tridimensional a geografia de um local. Aliás, esse é um bom exemplo de uso de Parallax Scrolling, que vamos falar mais abaixo.
4. Tipografia realmente grande
A crescente oferta de serviços de fontes para web a baixo custo ou mesmo gratuitas, como, por exemplo, o Google Fonts, vem impulsionando a criação de uma variedade de fontes interessantes e originais.
Essas fontes trazem consigo um incentivo criativo às experimentações gráficas nos layouts, contribuindo para atribuir mais personalidade e autenticidade às interfaces.

As fontes grandes acompanham muito bem ilustrações, imagens e os vídeos tela-cheia e imersivos ditos no tópico acima.
5. Cores vivas e brilhantes + gradiente
O flat design trouxe mudanças para interfaces há uns anos, propondo remover o excesso de elementos e cores dos layouts. Embora não seja uma filosofia livre de falhas, o flat design tem seu valor até hoje.
Apesar de funcional, ele causou na web um efeito de deixá-la toda muito semelhante, com uma linguagem visual homogeneizada, fraca de variações. Como resposta natural, os designers passaram a experimentar paletas de cores mais fortes e brilhantes, a fim de dar mais personalidade a suas criações.

Os gradientes também estão de volta, misturando e borrando os matizes mais exuberantes.
Interfaces com mais energia, calor e dinamismo podem ser alcançadas com o uso de uma paleta de cores vibrantes e suas misturas. O momento é de experimentá-las! Tendo sempre o cuidado de ter a linguagem visual em sintonia com o tom do conteúdo do projeto.
6. Longos scrolls: agora sim
Há não muito tempo, páginas com conteúdos muito extensos eram evitadas (para não dizer rejeitadas) pelos especialistas em UX por produzirem um scroll muito longo (ou rolagem). Com a disseminação do uso dos dispositivos móveis, isso começou a mudar (ainda bem!).
A rolagem é uma funcionalidade básica para navegação na web e nos aplicativos. Ela permite que os usuários escaneiem rapidamente grandes volumes de conteúdo, em um único movimento fluido.

Além disso, é um mecanismo multifacetado: a rolagem longa funciona tanto para mobile como para desktop, servindo bem à simples leitura de um texto, para contar uma história, para Landing pages e outras experiências interativas.
7. Parallax, o efeito hipnótico
O parallax scrolling é uma técnica de web design que vem se tornando bastante popular. Ela nos diz muito sobre como a web a mudou: o usuário hoje quer envolvimento com a interface e pode-se dizer que um pouco de entretenimento também.
A técnica utiliza a rolagem para acionar animações, fazendo com que os elementos do primeiro plano e do fundo se movimentem em velocidades diferentes. O efeito visual basicamente cria a ilusão de profundidade no site.

O efeito vai bem com layouts menos tradicionais (vai especialmente bem com narrativa que usam linguagem de quadrinhos e ilustrações, como no site Peugeot HYbrid4).
Também é preciso considerar as razões para usá-lo. Se “Ah, porque é bonito” foi a melhor resposta que você encontrou para a pergunta do porquê utilizar o efeito, então é melhor não usá-lo. Lembra daqueles sites feitos em Flash?! Super lentos, ruins de usar, mas que ficou um tempo na moda porque era o que o cliente queria. Pois então!
O parallax pode deixar o carregamento do site mais lento, ele não funciona bem para mobile e você vai precisar de cuidados extras para ter um bom SEO no seu site. O melhor conselho aqui é: aprecie com moderação.
Conclusão
Sejamos corajosos! É tempo de experimentações, de testar novos recursos e soluções. A web fica a cada dia mais interativa. O usuário espera esse contato mais próximo com as interfaces, porém com naturalidade e tendo um certo prazer também.
Tendências são um apanhado de apostas que os melhores observadores da área fazem em busca de um caminho. Algumas podem simplesmente morrer e outras perpetuar por vários anos. Nem todas são relevantes para todos os projetos. Cabe ao profissional de UX conhecê-las e saber aplicá-las de maneira que o produto final aumente o processo de satisfação do usuário e atenda aos objetivos de um projeto.