Olá pessoal. Primeiramente gostaria de agradecer a todos que acessaram e participaram de meu último artigo publicado, com comentários e e-mails. Gostaria também de pedir desculpas a todos pela minha ausência. O tempo está ficando curto para todos nós. Aproveito para dedicar esta matéria a minha mulher.
Nome das cores
O nome de uma cor é o rótulo lingístico que as pessoas dão às cores. Tal cor é determinada por uma cor física e/ou alguma outra característica física como reflexão ou iridescência. Algumas vezes dar nome às cores é limitado apenas à descrição de uma característica de uma cor física.
Dar nome às cores depende de cada língua especificamente. Pode haver um vasto e complexo sistema que represente a determinação de uma cor em uma dada língua. Geralmente, dar nome a uma cor envolve um vocabulário e uma sintaxe gramatical.
Nomeando a paleta
Como a paleta das cores é continua, nomear uma cor envolve quantização, freqentemente com um vocabulário que especifique a gradual transformação de uma cor na outra. Para exemplo, podemos falar sobre a chamada paleta das cores RGB, onde cada cor ganha um valor numérico para tonalidade, saturação e intensidade, a qual é suficiente para determinar qualquer cor, como definida pela Física e percebida pelos olhos humanos. Cada um desses valores pode mudar gradualmente.
No entanto a mudança gradual de tonalidades é descrita mais freqentemente de uma forma descontinua. Tomemos como exemplo as cores laranja, amarelo, amarelo-limão; graduações da saturação podem ser expressas como pálido, normal e vivo, e a intensidade pode ser descrita por escuro, médio e claro. Como essa forma de nomear pode gerar nomes extensos, atalhos como pastel, significando pálido claro, ou nomes descritivos comooliva, significando verde-amarelado relativamente escuro, são também usados.
Nomear cores não se atem somente a alguma característica física das cores, mas mistura varias delas. Prata é uma característica da reflexão que não modifica a tonalidade da cor, enquanto ouro adiciona um tom amarelo característico. Essas espécies de reflexões recebem também nomes como metalico ou alumínio, enquanto outros efeitos da reflexão, difração, e dispersão da luz podem receber nomes como fluorescente ou opalino.
Características da superfície e da iluminação podem apresentar diferentes visualizações, provocando modificações na nomenclatura. A nomenclatura de nomear a paleta de cores pode ser também hierárquica. A partir de amarelo e vermelho, cores básicas, nomeamos o laranja, que é todo um conjunto de cores entre ambas, e podem portanto serem quantificadas entre amarelo e vermelho.
Regularidade
Berlin e Kay, em um estudo de 1969, demonstraram que existe uma regularidade substancial em nomear as cores nos diferentes idiomas. Nesse estudo identificaram os termos básicos: preto, cinza, branco, rosa, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, roxo e marrom. Hoje em dia considera-se que toda linguagem que tem termos para cores, usa de dois a doze termos básicos. Todas as outras cores são consideradas variantes destes termos básicos para cores. Português e o inglês usam os onze nomes acima, russo e italiano distinguem, usando nomes diferentes entre azul e azure, (um tipo de azul claro), tendo, portanto doze termos. Nos distinguimos o azul claro e escuro, mas não utilizamos nomes diferentes. Já para vermelho claro utilizamos rosa, outros idiomas podem não fazê-lo.
Enquanto a variação no numero de termos básicos para cores entre as linguagens podem se dever a diferenças culturais, existe sem duvida um modelo do padrão como os nomes se incluem no idioma. Como se esperaria, uma linguagem com apenas dois termos nomeia o preto e o branco. A próxima cor é o vermelho, normalmente seguida de verde e azul. Berlin e Kay tiveram de reescrever seu trabalho para acomodar novos dados, mas muitos lingistas concordam que esse padrão existe. A hipótese de Sapir-Whorf , que se refere à sistemática relação entre as categorias gramaticais da linguagem que uma pessoa usa e como essa pessoa entende o mundo e se relaciona com ele, parece também corroborar essa idéia.
Sistemas padronizados
Um sistema padronizado de nomear cores pode ser bastante complexo, porque os humanos percebem as cores e as nomeiam de um modo complexo. Um dos modos de reduzir essas discrepâncias pode ser catalogar o conjunto das cores em uma paleta e desenvolvendo um modelo que nomeie a cor pela posição na mesma. Alguns métodos de nomear mais conhecidos são os métodos Munsell, ISCC ou NBS, desvantajosos por não dar a exata graduação. Outros, como HSI ou HSV são mais precisos embora simplificados. Alguns sistemas comerciais como Pantone ou Crayolla, são muito usados em impressão ou tecelagem.
Moda e Marketing
Historicamente eram incomuns as variedades de tons que existem hoje em dia, após a invenção das anilinas, então as cores eram formuladas como receitas, e nomes de tons característicos tinham origens em topônimos ou coisas da natureza, como preto Nankin, azul de Siena ou sépia, normalmente identificando a origem de uma matéria prima rara e cara. Atualmente, quando conseguimos praticamente qualquer tom em segundos numa máquina automática, o nome de uma cor, na moda ou no comércio, explora muitas vezes conceitos subjetivos e emocionais, visando sua associação com impulsos variados. Essa associação visa apressar a decisão do comprador com a utilização de vocábulos onde um simples amarelose torna âmbar ao entardecer ou caminho dourado. Muitos fabricantes de tinta ou produtos de consumo mantêm equipes pesquisando e registrando nomes assim.