O que você acha da programação em pares? Esse simples questionamento foi feito a excelentes profissionais com quem trabalho e gerou respostas variadas. Independentemente da opinião de cada um, todos viam (pelo menos algum) valor no fato de se programar em pares.
Profissionais que vieram de um cenário em que era comum o programador ficar isolado numa sala com seu fone ouvindo sua música preferida (no último volume, claro), aqueles que têm ciúme do seu código a ponto de achar que outro profissional poderia “estragar” o que ele fez, ou gerentes que só enxergam o profissional como recur$o (ou homem-hora) têm dificuldade de aceitar com naturalidade a programação em pares.
Para quem ainda não sabe o que é a programação em pares, fique tranquilo, pois em algum momento você já trabalhou ou vai trabalhar assim. Mike Cohn, em seu livro Desenvolvimento de Software com Scrum – Aplicando Métodos Ágeis com sucesso, define a programação em pares como “a prática em que dois desenvolvedores trabalham juntos para escrever código”. Boa, Mike! É isso, mais simples impossível.
É fácil enxergar o valor da programação em pares? Um senso comum entre as pessoas que citei lá em cima é que elas não curtem o fato de programar em pares o dia inteiro, mas veem com bons olhos o fato de outro profissional colaborar com sua experiência diante de um problema que ele esteja enfrentando.
Colaboração. Comunicação. Integração. Posse coletiva de código. Sem essa de “só quem cuida desse módulo sou eu”, “eu que fiz, eu mantenho”, “sou mais rápido trabalhando sozinho”. Seja humilde e aceite ajuda. Você verá que alguém sempre terá algo a contribuir para o seu trabalho. O seu código ficará melhor, sua lógica mais apurada, seu entendimento do negócio crescerá.
Aos gerentes em geral, um recado: estimule a programação em pares. Apesar de consumir mais homens-hora daquela famigerada planilha de custos, menos horas se passam no relógio. Deixe o profissional livre de maneira que não se sinta constrangido de pedir ajuda a um colega naquele algoritmo que está tirando seu sono. E já que falamos no vil metal – sempre ele ! -, estudos mostram que os custos de manutenção de softwares de equipes que adotam a programação em pares são menores. Código bem escrito, menos manutenção.
Já que programar em pares é tão bom, por qual motivo não trabalhamos 100% do tempo assim? Perguntinha difícil, hein! Bom, sejamos sinceros: não é tão fácil vender a ideia de termos dois profissionais sentados em frente ao mesmo computador o tempo todo. Se um dia será, eu não sei. Só sei que é bem mais fácil vender que, em certos momentos, dois profissionais se unirão para resolver um problema que está travando a equipe, que com um maior número de profissionais conhecendo o código produzido a manutenção se torna mais fácil etc..
Acredito e sempre defendi que nove mulheres não fazem um filho em um mês, mas dois programadores entregam um release melhor.
Até a próxima.