Desenvolvimento

16 jun, 2016

Interfaces inteligentes, um passo em direção ao futuro

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No primeiro acesso a um app, é comum que o usuário seja apresentado a informações sobre seu benefício (proposta de valor) e sobre seu funcionamento (como usar). Essas informações podem aparecer logo no login ou de forma progressiva, usando desde telas explicativas até conceitos de gamification para ir introduzindo aos poucos os elementos da interface. Essa técnica serve para guiar o usuário, explicando brevemente o que não é assim tão óbvio e o que você pode fazer com ela. Isso ajuda bastante a suavizar as dores da curva de aprendizado, principalmente em sistemas mais complexos, como apps de banco, jogos, gerenciadores de tarefas etc.

Com o tempo, o usuário se adapta ao aplicativo e essas informações iniciais já não são mais necessárias. Mas e se o app conseguisse aprender com o tempo e a forma como você interage com ele e adequasse as interações e elementos da interface ao seu padrão de uso? Pense no seu app favorito de mensagem, provavelmente você interage com ele no mínimo umas 20 vezes por dia. Depois de um mês de uso com certeza você já está confortável com boa parte das principais funcionalidades, e após 6 meses de uso já tem decorado o ícone que adiciona imagens na conversa. Se isso for verdade, precisamos mesmo do label “câmera” ou “galeria”? Apenas o ícone não seria suficiente?

A ideia aqui é que o app seja capaz de saber se você já é um usuário experiente e, assim, simplificar a interface suprimindo certos indicadores que ajudam usuários iniciantes, mas já não são mais tão indispensáveis conforme o nível de reconhecimento vai crescendo ao longo do tempo de uso.

A mesma coisa acontece com interações e animações. Sem dúvida elas acrescentam muito à experiência como um todo, mas talvez não seja adequada a todos os tipos de usuários. Vamos fazer o exercício imaginativo de novo. Pense no seu app de e-mails preferido. Com certeza tem uma animação ou transição de tela bacana quando você abre, cria ou apaga uma mensagem. Agora imagina você respondendo 30 e-mails por dia e excluindo mais uns 50 da sua caixa de entrada. Se cada animação leva de 100 a 200 milissegundos, isso pode começar a incomodar usuários mais exigentes que querem agilidade nessas tarefas. Se o app conseguisse ser capaz de medir a velocidade com que um usuário interage com a aplicação, ele poderia tentar ajustar esses timings e proporcionar uma experiência mais adequada à velocidade de cada um.

Em resumo, se estamos começando a estudar e interagir com as chamadas interfaces conversacionais, que usam bots inteligentes capazes de interagir com pessoas, por que não pensar essa mesma inteligência moldando essas interfaces e fazendo uma espécie de “teste de usabilidade contínuo” em tempo real, medindo e analisando padrões de uso e alterando/evoluindo a interface a partir desse aprendizado?