Desenvolvimento

15 mai, 2014

Demandas SISO e a relação Cliente-Fornecedor

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Muitos anos se passaram, mas o segmento de desenvolvimento de software continua e, sinceramente, não vejo como isso um dia vá mudar, tendo uma relação Cliente-Fornecedor. Relação essa que por vezes (ou muitas vezes) é arranhada por uma entrega mal sucedida. E esse insucesso na entrega pode ser visto de várias formas:

a) Cliente pediu, Fornecedor entendeu e entregou errado.

b) Cliente pediu, Fornecedor acha que entendeu e entregou errado.

c) Cliente acha que pediu, Fornecedor acha que entendeu e entregou errado.

d) E outras variantes com o mesmo final: “e entregou errado”.

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Isso posto, surge então um ponto para reflexão: o que significa, de fato, entregar errado? Muitos conhecem a clássica imagem do “Como o cliente explicou, Como o líder de projeto entendeu, Como o analista projetou…”. Ela reflete exatamente o resultado de uma demanda mal estruturada. Demanda esta que classifico como demanda SISO (if Something In then Something Out). Uma demanda SISO ocorre toda vez que a expectativa não é alinhada com o Cliente e/ou quando uma especificação de demanda não é corretamente estruturada.

Mas se esse assunto já está (ou pelo menos deveria estar) mais do que batido e todo mundo sabe o que deve ser feito, por qual motivo as demandas SISO continuam acontecendo? Na minha opinião, existem alguns motivos para tal:

a) Clientes que não querem, não têm tempo ou não sabem que devem participar do processo de desenvolvimento;

b) Fornecedores que querem saber (e pensam que sabem) mais do negócio do que o próprio Cliente;

c) Clientes que querem que o Fornecedores determinem o que deve ser feito;

d) Falta de disposição (seja por qualquer motivo) de Clientes e Fornecedores para acordarem exatamente o que deve ser feito.

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Não importa quem seja o agente responsável por disparar uma demanda SISO, o fato é ela deve ser combatida. E isso começa com cada um assumindo o seu papel.  Cliente e Fornecedor só podem entender uma demanda como pronta para ser planejada/executada quando “O que deve ser feito?” for respondido pelo Cliente e entendido pelo Fornecedor.

Para finalizar, deixo algumas dicas:

a) Invista o tempo que for necessário para entender por completo a demanda do seu Cliente

b) Alinhe com o Cliente todas as expectativas de entrega

c) Especifique o que será entregue e solicite o aceite do seu Cliente

d) Não radicalize e mantenha sua mente aberta para eventuais mudanças que venham ocorrer

O fato é que iniciar o trabalho antes do real entendimento do que deve ser feito é um convite e tanto para uma demanda SISO. Um trabalho de análise e especificação bem feito rende bons frutos, tanto para o Cliente quanto para o Fornecedor. O Cliente recebe exatamente o que pediu. O Fornecedor tem menos retrabalho e, principalmente, aumenta a qualidade da sua entrega. E, no final, conseguimos o mais importante: manter a boa relação CLIENTE-FORNECEDOR.

Até a próxima. Seja feliz.