Cloud Computing

24 out, 2011

Nuvem privada e o profissional de TI

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Computação nas nuvens ou cloud computing são termos muito
utilizados hoje em dia e tendem a ser cada vez mais utilizados, uma vez
que as empresas estão descobrindo os benefícios de se migrar ou passar a
operar na nuvem. Pesquisas recentes do IDC apontam que o mercado de
Cloud Computing movimentou US$ 16 bilhões em 2010 e deve ser um
mercado de US$ 56 bilhões até 2014.

Porém cloud computing, diferente do que se imagina, não se resume apenas ao modelo
de compra de serviços, como hospedagem de site, e-mail e etc., providos
por uma operadora em um local qualquer do mundo. Como profissional de
TI, é preciso conhecer e entender todo o ecossistema de cloud computing
para que no momento de tomada de decisão de qual serviço escolher, você
tome a decisão correta. Do contrário, a decisão de ir para a nuvem pode
se tornar uma dor de cabeça.

Analisando o mercado, podemos
perceber uma outra tendência que vai exatamente contra o que se imagina
com cloud computing, que é o crescimento no investimento com servidores
internos. Nesse ponto, estamos falando de virtualização, que é um dos
temas mais quentes do mundo de TI atualmente. O Gartner divulgou uma
pesquisa onde aponta que 60% da carga de trabalho dos datacenters será
de servidores virtuais até 2013.

Com essas análises, um ponto
importante a se levar em conta é que o fato de a mudança de estratégia
para a nuvem, diferente do que alguns profissionais têm pensado, não
irá eliminar a função do profissional de TI. Muito pelo contrário. O
futuro parece mostrar que a função do profissional de TI será vital para
que a empresa possa adotar uma estratégia de nuvem.

Como podem
tendências tão distintas caminharem lado a lado em um mundo de crise e
redução de custos? Antes de falar dessa convergência de tendências,
vamos entender melhor o que significa o termo cloud computing. Quando
falamos em computação nas nuvens temos, basicamente (e outros modelos
devem surgir em breve) 3 modelos que as empresas podem adotar para seus
negócios:

SaaS, ou Software as a Service (Software como
Serviço), no qual você tem um provedor de serviços específicos, como
correio eletrônico, colaboração e etc. Neste caso, cobra-se um valor
determinado por um serviço fechado para determinado número de usuários
em que se tem poucas customizações. Um exemplo de SaaS é o Office 365.

PaaS, ou Plataform as a Service (Plataforma como Serviço), em que você
tem uma plataforma para desenvolvimento de aplicações. O provedor do
serviço fornece a plataforma para publicação de aplicações que podem ser
executadas na nuvem de forma privada ou não. Um exemplo de PaaS é o
Windows Azure.

IaaS, ou Infrastructure as a Service (Infraestrutura como Serviço).
Aqui aplica-se o modelo chamado de private cloud, ou nuvem privada.
Neste modelo de computação nas nuvens, temos a infraestrutura interna da
empresa sendo gerida como uma nuvem para a companhia.

Antes de colocar os pontos que devem ser observados para uma
implantação de nuvem privada, vamos entender o que têm feito as empresas
adotarem o modelo IaaS.

Uma empresa de pesquisas chamada
SandHill conduziu uma pesquisa com mais de 500 tomadores de decisão de
TI na qual mostrou que mais de 50% destes optariam por uma solução de nuvem
para prover agilidade aos negócios. Isso mostra que o TCO (Total Cost
of Ownership – Custo Total de Propriedade) não é o principal ponto para a
adoção de uma solução nas nuvens, como apontam os próprios provedores
dessas soluções. Ainda, segundo a Information Week, 65% dos
entrevistados para uma pesquisa sobre cloud computing apontam que a
agilidade nos negócios é um fator importante para até mesmo migrar os
atuais serviços para uma solução de nuvem.

Por outro lado, o
mercado de servidores, segundo o IDC, deve dobrar até 2013. Como podem duas
tendência tão distintas estarem conectadas? Uma das respostas é que as
empresas pretendem, sim, adotar uma solução de computação nas nuvens,
porém, em muitos casos, veremos uma solução de nuvem privada, ou IaaS.

As vantagens de uma solução de nuvem privada são várias. As principais delas são:

  • Possibilidade de customização do ambiente e aplicações. Ao contrário do
    SaaS, as aplicações são totalmente geridas pela equipe de
    desenvolvimento interna. Isso faz com que a companhia tenha total
    controle sobre as customizações da aplicação e maior controle sobre
    pontos importantes como backup/restore, delegação de permissões e
    outros itens onde em uma solução SaaS não existem muitas possibilidades.
  • Possibilidade de operar por demanda sem a necessidade de reavaliar
    contratos. Em uma solução SaaS ou PaaS, conforme a demanda é alterada e
    novos recursos se fazem necessários, é preciso reavaliar o contrato já
    existente. Já na solução IaaS, a infraestrutura da companhia pode ser
    utilizada seguindo apenas as regras internas da empresa.

Obviamente, alguns pontos devem ser observados e levados em conta em um projeto de implantação de nuvem privada:

  • Uma solução de nuvem privada, muito provavelmente, não terá a
    capacidade total de uma solução de nuvem pública. As infraestruturas
    disponibilizadas por empresas de solução de nuvem pública foram
    planejadas para milhões de usuários, até mesmo simultaneamente.
  • A manutenção de nuvem privada ficará a cargo da equipe de TI interna.
    Isso significa um custo adicional para companhia e capacitação de
    pessoal para manipular essa infraestrutura.

Como se pode
perceber, é preciso fazer uma análise de qual solução de nuvem é a ideal
para a empresa para que se possa tomar a decisão correta. Uma decisão
incorreta pode levar a empresa a gastar mais do que se esperava com a
solução, ou então fazer com que a solução não atenda as necessidades do
negócio e dar a percepção que uma solução de nuvem não é viável e gastos
adicionais tenham que ser feitos.

Após observar essas questões,
pode-se entender como os investimentos em cloud computing e infraestrutura interna estão convergindo. A adoção de uma solução IaaS
tem demonstrado muito interesse por diversas empresas que não querem
perder o controle sobre seu ambiente, mas precisam de uma solução para
agregar agilidade aos negócios e colocar a TI como uma aliada ao negócio
da empresa e remover aquela velha percepção de que TI é um custo para a
companhia.

Para que a infraestrutura da empresa seja vista como uma nuvem privada, alguns pontos devem ser observados:

O
primeiro ponto é a utilização de virtualização: A virtualização vai
permitir agilidade no provisionamento de servidores. Ao analisarmos o
processo de provisionamento de um servidor físico, logo percebemos as
vantagens de ser operar de forma Virtual. Para se colocar um servidor físico em funcionamento, é necessário passar por um processo de escolha
de modelo e características de hardware junto ao fabricante. Em seguida,
inicia-se o processo de compra interno que, dependendo da empresa, pode
demorar até mesmo semanas para se obter todas as aprovações. O prazo de
entrega do fabricante é outro ponto que pode atrasar o projeto de
implantação e, mesmo após a entrega, deve-se iniciar o processo de
implantação do servidor, além de configuração e parametrização. Isso sem
falar nos custos de espaço, energia e refrigeração do datacenter. Com a
utilização de virtualização, é possível provisionar um servidor em
questão de minutos, e o processo se inicia à partir da configuração e
parametrização.

Porém, a questão mais importante da utilização
da virtualização está ligada ao segundo ponto de uma solução IaaS, que é
a capacidade de alocar uma parte do ambiente para um projeto e, após
concluído o projeto, remover o ambiente e disponibilizar os recursos
para um outro projeto.

Antes de entrarmos nesse ponto, é preciso
dizer que uma solução de nuvem privada, assim como as outras soluções
de nuvem, no caso, as públicas, é projetada para atender sobre demanda e
de forma automatizada. Um exemplo de software que provê uma solução de nuvem privada é o Microsoft System Center Virtual Machine Manager
Self-Service Portal 2.0 (Ou simplesmente SSP – Self-Service Portal).

O SSP provê um portal no qual o requisitante da infraestrutura pode
cadastrar sua unidade de negócio para que recursos do datacenter sejam
disponibilizados à sua área. Esses recursos foram previamente
configurados pelos responsáveis pela infraestrutura interna de
servidores. Os recursos são vistos pelos utilizadores como um valor
total e não apenas como recursos isolados de um servidor, dando a
percepção de capacidade infinita.

Com isso , um requisitante de
uma unidade de negócio pode solicitar os recursos que achar necessário
da infraestrutura interna da empresa, sempre justificando as
solicitações para um projeto determinado, indicando o início e término
do projeto. Essa solicitação deve ser aprovada pelos administradores
internos e uma vez que foi aprovada os recursos são disponibilizados e
alocados à unidade de negócio. A partir desse momento, a unidade de negócio pode provisionar servidores virtuais, respeitando sempre o
limite de recursos que foram disponibilizados para o projeto em questão.
Esses servidores virtuais são provisionados com imagens já
pré-definidas pela equipe de TI interna e estão prontos para operar.
Caso a unidade de negócio necessite de mais recursos durante o projeto, é
possível solicitá-los ao decorrer do mesmo, sempre respeitando a
aprovação da equipe de TI.

Ao final da utilização, a equipe de
TI é notificada de que o projeto de determinada unidade de negócio foi
finalizado, e os recursos voltam a estar disponíveis para outras unidades
de negócio. Além disso, é possível fazer o charge back, que vem a ser
uma cobrança relativa ao tempo de uso dos recursos por uma determinada
área, baseada em valores que foram definidos no momento da configuração
do ambiente pela equipe de TI dentro do SSP. Com isso, a equipe de TI
pode justificar os investimentos na área e alinha-se ao negócio da
companhia.

No background de todo esse ambiente, está justamente o
profissional de TI, indispensável para que todos esses processos e
componentes funcionem de forma correta e harmoniosa.

Espero que tenham gostado do artigo! Até mais!

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