Quem assistiu aos filmes do “Senhor dos Anéis” se lembra muito bem do personagem “Sméagol” chamando o anel de “meu precioso”, passando a maior parte da vida lutando pela exclusividade com ele.
E é assim que muitas equipes de desenvolvimento de software se comportam na hora de criar um sistema. Cada integrante assume um pedaço da solução, tornando-se “dono” daquilo e, assim, impedindo outros membros da equipe de conhecer e dar manutenção naquele determinado pedaço. O pior de tudo não é só a síndrome da posse, é que os outros membros também assimilam a síndrome do “não fui eu que fiz, nem sei o que é, não posso e nem vou mexer…” e, assim, a corporação (ou o cliente) dependente da solução fica na mão, totalmente refém dessa situação.
Agora me responde: o que acontece quando aparece um bug urgente e o desenvolvedor “dono” não está lá? Está de férias? Está de licença? Ou, pior, abandonou a empresa para ganhar mais numa outra? E aí?? Quem assume a bomba??
Você já passou por essa situação? Você já foi obrigado a assumir um item feito por outra pessoa que saiu da empresa levando todo o conhecimento daquilo? Como estava o código? Bom? Organizado e limpo? kkkkkkk………
Você acha que isso é uma situação normal e corriqueira no desenvolvimento de software profissional? Me desculpe os amadores aí, mas não é. Essa situação é péssima e gera diversos problemas de gestão: espera, gargalo, atraso, desperdício, defeito e ilhas de conhecimentos humanos.
Desenvolvimento de software realmente profissional usa duas técnicas de gestão colaborativas chamadas de código coletivo e código padronizado. Assim, não existe dono de nada, todos da equipe devem programar no mesmo idioma, saber de todas as partes, são donos de tudo e assumem a mesma responsabilidade por dar manutenção em qualquer pedaço de código, em qualquer momento, sem a permissão de ninguém.