Talvez seja mais difícil encontrar um profissional com as habilidades e a experiência necessárias para o trabalho de SEO do que encontrar um diretor com experiência profunda em tecnologia e marketing. Mesmo que o segundo tenha mais valor para as companhias e seu passe no mercado seja disputadíssimo, o primeiro é necessário para consolidar as bases sólidas da operação online de uma empresa.
O algoritmo do Google tem cerca de 200 importantes fatores de ranqueamento, e um profissional de SEO precisa ter conhecimento da aplicação de cada um deles. Acontece que se a teoria de SEO pode ser conceitualmente simples, há uma série de exceções que exigem em última análise pessoas com senioridade em áreas tão díspares como tecnologia, marketing e conteúdo, que geram a experiência necessária para lidar com casos específicos de sites nos mecanismos de busca.
O perfil do profissional de SEO
Na Conversion, realizamos em 2014 uma pesquisa para traçar o perfil do profissional de SEO e marketing digital no Brasil. Trata-se de um mercado formado essencialmente por profissionais jovens, sendo que a maioria deles (39%) está na casa dos 26 aos 33 anos. Eles são novos, mas não só em termos de idade, como também em termos de mercado, uma vez que 48% estão nessa indústria há menos de um ano e apenas 11% possuem mais de quatro anos de experiência de mercado, o que faz com que esses profissionais sejam muitíssimo disputados.
A formação de profissionais aptos a lidar com o marketing na Internet encontra mais percalços quando o assunto é a formação dada pelas faculdades brasileiras. Segundo o mesmo estudo que realizamos, 91% dos profissionais afirmaram que as faculdades não os preparam para trabalhar com SEO e marketing na Internet.
Como as faculdades não preparam teoricamente para lidar com os problemas do digital, verificamos que há muitíssima formação autodidata e principalmente prática, ou seja, nas empresas, nas agências ou em experimentos do próprio profissional, visto que é relativamente barato lançar um site. Como a demanda por essas pessoas, principalmente as qualificadas, é muito maior do que a oferta, surgiu um fenômeno de profissionais com rápida ascensão no mercado. No topo dessa rápida ascensão podemos encontrar, por exemplo, Mark Zuckerberg, que com apenas 25 anos era CEO da maior rede social do mundo, o Facebook.
Ascensão profissional
Se por um lado esse fenômeno de carreiras de crescimento meteórico se tornou cada vez mais comum, o que é bom na medida em que os profissionais cada vez mais são avaliados não pela sua idade, mas pela capacidade de gerar resultados efetivos, por outro lado a rápida ascensão trouxe também consequências negativas. A principal delas são profissionais que ascendem profissionalmente sem a qualificação necessária para exercer as funções requeridas. Não raro, encontram-se profissionais que não possuem conhecimento algum mas que “enganam” bem os departamentos de RH.
A necessidade de profissionais multidisciplinares, a má formação recebida na faculdade em relação ao digital e as rápidas ascensões profissionais ilustram o quadro de um mercado ainda bastante novo, que está em processo de amadurecimento. Se há alguns fatores obscuros quanto ao presente, é natural que as empresas consigam regulamentar esse processo no médio e longo prazo, uma vez que seu lucro futuro dependerá disso.
É grande a demanda por especialistas em SEO
Já podemos ver no presente o grande interesse por profissionais qualificados da área e como isso está na pauta de empresas de todo o mundo. Uma pesquisa divulgada pelo LinkedIn no início de 2015 em seu blog mostrou que, na área de tecnologia, os profissionais de SEO (Search Engine Optimization) e SEM (Search Engine Marketing) estão entre os mais procurados pelos recrutadores. Embora estejam na quinta posição do ranking, atrás apenas de profissionais de análise de dados e data mining, middleware e softwares de integração, sistemas de armazenamento, redes e segurança da informação, a demanda por eles deve crescer bastante nos próximos anos.
Essa demanda por profissionais de SEO não se dá somente pela capacidade de gerar tráfego, mas principalmente pelo conjunto de suas habilidades que são indispensáveis para a presença estratégica de empresas no ambiente online. Além disso, profissionais com essas habilidades podem vir a ser no futuro os tão procurados chief marketing technologist (CMTs), de que falam Scott Brinker e Laura McLellan em um importante artigo na Havard Businnes Review.