Desenvolvedor, eu gostaria de fazer lhe fazer uma pergunta: quantas tecnologias você aprendeu nos últimos dois anos? Se você respondeu algo como “são tantas que até perdi a conta”, talvez concorde com o que vou dizer.
No nosso mercado é grande a oferta de novas tecnologias que agilizam o desenvolvimento, otimizam a performance, turbinam sua produtividade, melhoram o posicionamento nos mecanismos de busca, aumentam a escalabilidade da aplicação etc etc. Todo dia tem coisa nova e você, como profissional super antenado que é, acaba se sentido defasado se o seu github não possuir um projeto implementado com a “melhor linguagem dos últimos tempos da última semana”.
Todo dia vai surgir uma tecnologia nova e precisamos aprender a dosar essa carga de informação para que não nos tornemos apenas consumidores de tecnologia, mas também emissores. Assim como eu, vejo muitos profissionais presos a essa rotina incessante de aprendizado tecnológico, mas o retorno prático nem sempre é válido. Como se diz na gíria popular, é muita pá vendida pra pouco buraco cavado!
Aposto que você tem aí algum projeto engavetado, talvez por falta de tempo, talvez por falta de foco, talvez pelos dois. A proposta desse artigo é justamente encorajá-lo a terminar aquilo que começou. Mesmo que hoje existam maneiras melhores do que aquelas que você escolheu no passado.
Isso vale também para novos projetos. Não fique na dúvida sobre que tecnologia utilizar (a não ser que tenha escolhido Flash rsrs). Faça com o que tem em mãos nesse momento e entregue releases curtos. Essa é uma dica importante e que inclusive consta no manifesto ágil. Sempre entregue o mínimo aceitável para obter o máximo de feedback. O feedback dos usuários, além de orientar seu caminho, também serve para motivar e evitar que seu projeto vá para gaveta novamente.
Não vou dizer aqui para você montar uma planilha para gerenciar o tempo gasto com aprendizado, como muitos consultores dizem por aí. Também não vou dizer que você deve ficar indiferente a tudo que está acontecendo no mercado. Mas o que temos que ter em mente é que, uma vez que possuímos um leque de tecnologias que nos possibilita criar algum produto e que também nos dê certa mobilidade no mercado, nosso foco de aprendizado tem que ser redirecionado para outras áreas de conhecimento.
Resumindo, uma vez que sabemos COMO fazer, temos que estudar para saber O QUE fazer. Se você sente segurança para desenvolver seu próprio negócio, eu proponho que você direcione seu aprendizado para outras áreas de conhecimento. Poderia sugerir direito, empreendedorismo, gestão de pessoas e até mesmo contabilidade. É bom ter uma noção de cada uma dessas áreas.
Se o seu projeto virar um negócio de sucesso (torcemos para isso!) e você não possuir um sócio com perfil de gestor, talvez seja necessário deixar a parte técnica um pouco de lado e focar na gestão do empreendimento. Isso mesmo, talvez você tenha que cortar esse cordão umbilical com programação, design, banco de dados e passar a dar atenção a leitura de contratos ou prospecção de clientes. É por isso que reafirmo que não devemos ficar tão neuróticos apenas com aprendizado técnico.
E mesmo que sua intenção no momento seja construir uma carreira sólida como desenvolvedor, é bom que leve em consideração que, hoje em dia, as empresas estão cada vez mais interessadas em profissionais que saibam combinar conhecimento técnico com uma boa visão de negócios e que saibam se comunicar de forma clara com quem não entende tanto da parte técnica.
Sendo assim, talvez este seja o momento adequado para você deixar seus livros O’Reilly um pouco de lado e iniciar um período de realizações e novas descobertas, que podem verdadeiramente, mudar para melhor a sua vida, e porque não, a vida de milhares de pessoas ao seu redor.
E você? Qual a sua opinião sobre esse tema?
Um forte abraço e boa sorte!