Carreira Dev

9 fev, 2012

Desenvolvedores, designers e gerentes de projeto

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Uma imagem vale mais do que mil palavras, segundo a sabedoria popular. A imagem “The War Between Developers, Designers and Project Managers” resume com maestria boa parte dos sentimentos que encontramos no mercado de desenvolvimento de software atualmente.

Apesar de entender o propósito da imagem (e rir também), como desenvolvedor, tenho uma impressão diferente do que foi apresentado no primeiro bloco de imagens. Acredito que os dois últimos lugares em que trabalhei me ajudaram a entender bem o papel do desenvolvedor, do designer e do gerente de projetos, papel que desempenhei por algum tempo.

Sobre designers

Aprendi muito sobre a atividade dos designers enquanto trabalhava na Vixtime, onde entregávamos basicamente projetos web nos quais software era o “meio” e não o fim. Nesse tipo de projeto, ter um software funcional e rápido é obrigação, mas ter um layout bonito é um grande diferencial. Muitos clientes batiam à nossa porta pedindo um projeto tão bonito quanto os do no nosso portfólio. Pessoas dão importância à estética de um projeto. Quanto mais cedo você entender isso, mais cedo vai poder tirar proveito dessa característica.

Além da parte estética, os designers avaliam toda a experiência que o usuário terá interagindo com o projeto, o que resulta, na maioria das vezes, em um projeto muito mais fácil e prático de ser utilizado. Acha que estou falando bobagem? Se você for na Apple Store, perceberá que vários aplicativos de uma determinada categoria têm basicamente as mesmas funcionalidades, porém, os aplicativos que foram projetados especificamente para usuários de iPhone têm maior aceitação, e por consequência um maior número de vendas.

Atualmente, não trabalho em projetos sem um designer. Tenho uma parceria forte com o Heberson Barbosa, que vem trabalhando em projetos comigo desde a época da Vixtime. Ter um profissional com essa expertise na equipe do seu projeto (mesmo que temporariamente) vale a pena.

Sobre gerentes de projeto

Acho que essa imagem explica bem o porquê de vários programadores que conheço almejarem o cargo de gerente de projetos.

A função (não o cargo) de gerente de projetos é bem complexa. Você tem que estar ligado em vários aspectos do projeto simultaneamente, se comunicar o tempo todo e deixar todos os envolvidos cientes do cenário atual, além de muitas vezes ter que fazer tudo isso com vários projetos correndo ao mesmo tempo.

Nas vezes em que desempenhei esse papel, procurei fazer o que acredito ser a missão de todo bom gerente: deixei a equipe trabalhar e fazer o seu melhor onerando o mínimo possível sua rotina de trabalho com burocracias. Tive sorte de trabalhar com equipes competentes e responsáveis.

Tive também a sorte de ter bons gerentes de projeto, salvo uma única exceção. Depois que você sente na pele a responsabilidade de um grande orçamento, você aprende a dar valor a esse tipo de profissional. Os melhores gerentes de projeto são menos gerentes e mais líderes, ainda assim, alguns modelos de liderança são levemente desagradáveis.

Sobre desenvolvedores

Como desenvolvedor, não me vejo como um cientista, mas entendo que a imagem queira representar o ego de muitos desenvolvedores que, por serem mais experientes, se sentem dessa forma. Conhece algum desenvolvedor com ego inflado? Então.

Desenvolvedores tocam o projeto, o fazem funcionar, mas não são capazes (na maioria dos casos) de cuidar de todos os seus aspectos, como design, usabilidade e gerência. O desenvolvedor é uma parte importante (mas ainda assim apenas uma parte) do tripé que sustenta o projeto. Adoro ser desenvolvedor, mas entendo que sozinho sou apenas parte do que um projeto precisa para ter sucesso.

Resumindo

Existem muitas falhas de comunicação na relação entre desenvolvedores, designers e gerentes de projeto. Muitas vezes, uma função é estereotipada por causa de um mal profissional com o qual esbarramos na nossa carreira. Enfim, acredito que se manter em perspectiva e procurar sempre visualizar o cenário como um todo é uma boa forma de realmente entender o meio em que estamos inseridos e as pessoas que o formam.