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6 abr, 2011

Herança X Composição

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Há algum tempo, herança era considerada a ferramenta básica de extensão e reuso de funcionalidade. Qualquer linguagem que não possuísse o conceito de herança “não servia para nada”. Atualmente, todos os artigos sobre padrões de projeto desaconselham a utilização de herança.

E agora?

Um princípio básico de padrões de projeto é “dar prioridade à composição”, preferir sempre “tem-um” ao invés de “é-um”. Quanto à herança, deve ser utilizada com muita prudência e em pouquíssimas situações.

Uma das poucas certezas que temos no desenvolvimento de aplicações é que existirão alterações. Portanto, a utilização de herança para fins de reutilização não dá tão certo quando se tratam de manutenções nos códigos já existentes.

Supondo que utilizamos uma classe pai para encapsular o comportamento de algum objeto. Dessa forma, todas as nossas classes filhas herdarão esses comportamentos. E o problema ocorre quando alguma das classes filhas não precisam de algum dos comportamentos que estão encapsulados. Passamos a ter que mudar o código na classe filha para que o método que foi herdado funcione da maneira específica para esse objeto. Ou, pior ainda, quando esse objeto não necessitar desse comportamento, então teríamos que sobrescrever o método para que ele não faça nada.

Alguns dos problemas dessa implementação é que o encapsulamento entre classes e subclasses é fraco, e o acoplamento é forte. Assim, toda vez que uma superclasse for alterada, todas as subclasses podem ser afetadas. Perceba que estamos violando o princípio básico de OO (Alta Coesão, Baixo Acoplamento).

Ainda com herança, a estrutura está presa ao código, e não pode sofrer alterações facilmente em tempo de execução, fazendo diminuir a capacidade de polimorfismo.

Quando utilizamos composição, instanciamos a classe que desejamos dentro de nosso código. Dessa forma, estamos estendendo as responsabilidades pela delegação de trabalho a outros objetos. Em vez de codificar um comportamento estaticamente, definimos pequenos comportamentos padrão e usamos composição para definir comportamentos mais complexos. Ainda na utilização de composição, podemos mudar a associação entre classes em tempo de execução e permitir que um objeto assuma mais de um comportamento.

Ao utilizar a composição, teremos muito mais flexibilidade, além de ser mais comum em muitos padrões de projetos. Porém, na herança, temos uma possibilidade de desenvolver mais rápido, diminuindo o tempo de desenvolvimento, levando em conta que perdemos muito mais tempo mantendo e alterando o código original do que com o desenvolvimento inicial. Portanto, nosso esforço deve ser sempre voltado para a reutilização e para a manutenção.

Aproveito para indicar um artigo interessante que conta com códigos mostrando o motivo de nunca se utilizar herança: veja aqui.

Referências:
http://www.dsc.ufcg.edu.br/~jacques/cursos/map/html/pat/herancavscomposicao.htm
http://weblog.raganwald.com/2008/03/is-is-has.html
http://berniesumption.com/software/inheritance-is-evil-and-must-be-destroyed/