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19 abr, 2010

Do Plone ao WordPress

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Joomla, Drupal, PHP-Nuke, Moodle, Xoops… Com o atual fluxo de informação na Web, fica difícil imaginar qualquer site funcionando sem um Gerenciador de conteúdo por trás. Apesar de já ter testado uma porção deles, desde que coloquei meu site pessoal no ar, adotei o Plone como CMS para publicação de conteúdo.

Comecei a trabalhar com o Plone no final de 2006 e na época fiquei apaixonado. A customização é toda feita através da ZMI (Zope Management Interface), através do próprio navegador. O painel de publicação usa a mesma interface do site, diferente de outros CMSs que tem um painel de administração totalmente desvinculado do Layout do site. Gostei de tudo isso!

O Plone é um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (CMS, de Content Management System) escrito na linguagem Python e que roda sobre um Servidor de Aplicações Zope e sobre o framework CMF (Content Management Framework). (fonte: Wikipedia)

O Plone é uma ferramenta poderosa, com diversos recursos para criação de portais completos e com a possibilidade de instalação de “Produtos” (módulos que fornecem novas funcionalidades) que estendam seu potencial. Entre os sites feitos utilizando o Plone como CMS estão o site do Governo Federal, do Museu de História de Chicago, Nasa Science, entre outros. É difícil encontrar alguma demanda que o Plone não possa suprir.

Matando mosquito com bala de canhão

Sendo eu apenas um Designer de Interface, uma das dificuldades que encontrei no uso do Plone foi o fato de ele ser escrito em Python e ZPT (Zope Page Template), linguagens com a qual eu não tinha nenhuma intimidade. Esse fato também faz com que seja difícil encontrar muitas opções em hospedagem para sites em Plone. As possibilidades que eu tinha para estender o Plone, adaptá-lo às minhas necessidades e configurar novos produtos logo ficaram bem limitadas.

Também não tive muito sucesso na busca de soluções na comunidade Zope/Plone. Sempre achei a comunidade meio radical e fechada com quem não é programador. As respostas para a maioria das questões que eu levantava eram links para buscas no Google ou para a documentação do Plone, acompanhados da resposta “estude”. Eu não sou programador, e nem viria a ser um apenas para manter meu site no ar da forma que eu desejava, e não iria tentar aprender Python ou ZPT apenas para customizar meu site pessoal.

Com o tempo também comecei a sentir dificuldade na customização. Criar templates para o Plone me parecia meio complicado, era preciso uma experiência mais avançada com o sistema, tanto para a criação como para a instalação de um template. Comumente eu optava por criar um código CSS que sobrescrevesse os estilos aplicados ao template padrão, e isso por vezes se tornava uma tarefa mais árdua do que devia.

Desde o início, sempre usei meu site basicamente para publicar meus artigos. No entanto, o Plone é uma ferramenta para a construção de portais, e eu estava usando apenas alguns dos muitos recursos disponíveis. Eram muitas funcionalidades para pouca demanda Era como matar mosquito com bala de canhão!

Para completar, o lançamento do Plone 3 veio complicar mais ainda minha vida. O projeto do CMS foi totalmente reformulado, e tornou-se um sistema bem diferente do que eu estava habituado a usar. Definitivamente eu não iria atualizar meu site para essa nova versão.

Simplificando a vida com o WordPress

O WordPress é um sistema de gerenciamento de conteúdos escrito em PHP com base de dados MySQL, especialmente para a criação de blogs. WordPress foi criado a partir do já desaparecido b2/cafelog e é hoje, junto com o Movable Type, o mais popular na criação de Weblogs (fonte: Wikipedia).

Por volta do início de 2008 comecei a ter contato com o WordPress, após ler uma matéria em uma revista. Confesso que foi amor à primeira vista!

Logo comecei a estudar o WordPress. Cheguei a ministrar oficinas sobre ele em alguns cursos e simpósios. É uma ferramenta simples de se trabalhar, que diferentemente do Plone não vem com mil recursos por padrão, mas pode facilmente ser estendido para diversas finalidades. A comunidade do WordPress se mostrou muito mais aberta que a do Plone, e o uso do PHP para mim foi um facilitador, pois já tinha uma familiaridade com a linguagem. A quantidade de tutoriais disponíveis é enorme, e a facilidade de entender a documentação, de criar ou instalar templates e plugins (módulos que fornecem novas funcionalidades, assim como os “produtos” no Plone) é muito prática. O WordPress tornou-se para as minhas necessidade a
solução perfeita. Entre os sites que utilizam o WordPress como CMS, posso destacar o site do Ministério da Cultura, o Catraca Livre e o Eletrocooperativa.

Com tudo isso, fiz a migração do meu site do Plone para o WordPress. Com ele consegui dinamizar o
processo de gerenciamento e publicação de conteúdo, e pude estender o WordPress de forma bem mais simples e rápida do que vinha fazendo com o Plone.

Não quero dizer aqui que o WordPress é uma ferramenta melhor que o Plone. Mas foi a ferramenta que melhor se aplicou as minhas necessidades. Existem diversas ferramentas de gerenciamento de conteúdo
disponíveis, com licenças livres (como Creative Commons ou GPL), e cabe a cada um estudar o caso e encontrar aquela que melhor satisfaça as necessidades de seu projeto.