Estamos inseridos em um mundo de negócios cada vez mais conectado, no qual integrar-se com parceiros, fornecedores e clientes é um dos passos obrigatórios para a sobrevivência. Entretanto, as integrações são criadas caso-a-caso, mesmo que o contexto de negócio seja igual e, assim, torna-se um importante diferencial para a empresa oferecer a seus parceiros e clientes um canal de integração que seja de fácil conversa.
API (do inglês Application Programming Interfaces) é um conceito bastante comum no mundo das redes sociais, mas que ainda não havia encontrado eco no mercado corporativo. De carona em termos da moda como Cloud, Mobilidade, SOA (Arquitetura Orientada a Serviços) e Internet das Coisas, muitas empresas começam a demonstrar interesse em expor APIs para seus parceiros ou clientes. Ou ainda de forma mais abrangente, para que o ecossistema de desenvolvimento de Apps possa consumir as APIs, transformando-as e levando as informações para lugares onde a empresa não poderia chegar com a forma tradicional de integrações caso-a-caso.
Alguns serviços de empresas conhecidas, como Twitter, Facebook, Google Maps, Foursquare, já possuem mais de um bilhão (!) de chamadas diárias de suas APIs. São verdadeiros ecossistemas que se integram através de APIs, o que faz com que tais empresas ganhem mais força e relevância nos segmentos em que são especialistas. Uma vez identificada esta tendência, surge a necessidade de conhecimentos específicos e, consequentemente, um perfil profissional novo para atuar nas empresas: o especialista em APIs.
É um profissional que alia conhecimento da arquitetura técnica das APIs com o domínio sobre os produtos da empresa e seus modelos de negócio. Isso porque, as APIs não são integrações técnicas internas, mas sim uma nova porta de entrada ou até mesmo um novo canal de negócios da empresa. Por isso é necessário que ele tenha uma visão diferenciada, que não se restrinja ao técnico apenas, mas que seja amplificada e conectada ao real objetivo do negócio.
Mas, se este profissional é tão diferente, saindo da visão totalmente técnica e entrando no mundo dos negócios, quais são as competências e responsabilidades de um especialista em APIs?
Embora o embasamento técnico seja primordial, algumas competências envolvem comportamento e maturidade na visão de negócios:
- Compreender os impactos que a adoção de APIs pode trazer para os modelos de negócios dos produtos da empresa;
- Dominar estratégias de monetização;
- Ser capaz de engajar os parceiros/clientes ou comunidade de desenvolvedores a conhecer e utilizar as APIs que a empresa disponibiliza;
- Conhecer o ambiente operacional que disponibiliza os serviços que sustentam as APIs expostas e ser capaz de estimar os custos decorrentes de adaptações nos serviços que se façam necessárias;
- Deve estar disposto a frequentar e falar em eventos destinados a programadores (maratona de programação, como Hackathons, são apresentações instigantes essenciais para este profissional);
- Projetar APIs que sejam funcionais e atraentes para programadores, usando abordagens como REST, JSON e tecnologias relacionadas.
Este perfil profissional ainda é novo no mercado e a boa notícia é que as oportunidades de emprego tendem a aumentar cada vez mais. Para quem quer se tornar um especialista em APIs, a dica é ficar de olho nas empresas especializadas em soluções que envolvem APIs, que estão dando oportunidades para que o profissional seja desenvolvido dentro da própria companhia.