Programas de afiliados são uma estratégia de monetização antiga na internet. Em vez de correr atrás de clientes e usuários sozinho, por que não contar também com a ajuda de sua própria base de fãs? Afinal, se algumas pessoas já gostam do serviço ou produto que você está oferecendo, faz todo sentido que colaborem com a sua expansão, em troca de alguns benefícios. Melhor ainda, se o benefício em questão for dinheiro.
Essa estratégia faz tanto sentido que existem histórias de fortunas feitas por afiliados, e uma pesquisa pelo assunto no Google rende inúmeros links patrocinados. Gigantes da internet, como Dropbox e Amazon cresceram enormemente com estratégias assim. Inclusive, hoje, ela é muito comum em SaaS (Software as a Service, como o próprio Dropbox) e e-commerces.
Pois bem, essa realidade chega com força e repaginada ao mundo das APIs. O Uber lançou um Programa de Afiliados para sua API. Desenvolvedores recebem US$ 5 (em créditos do serviço) a cada novo usuário recomendado para se cadastrar.
Tudo que o desenvolvedor precisa fazer é cadastrar seu aplicativo no Programa e usar os links de rastreio para detectar se algum novo usuário utilizou o app para fazer alguma viagem. Assim que a viagem é feita, os créditos caem na conta do criador daquele app.
O valor mínimo para retirada do dinheiro é US$ 250 e o limite máximo é de US$ 5 mil, valor em que o desenvolvedor deve se cadastrar no Programa de Parceiros da API.
Essa nova política do Uber só funciona nos Estados Unidos e busca reduzir a força de concorrentes, como o Lyft, ainda não disponível no Brasil. É claro que os apps criados pelos devs não podem usar APIs de serviços concorrentes. A tentativa é travar a concorrência e congelar o market share conquistado pelo Uber nos últimos anos, além de expandir para equipes de desenvolvimento que buscam dinheiro.
Apesar de o programa de afiliados ser uma estratégia antiga, quando unida a uma API para atrair novos usuários a um serviço em um mercado ascendente, a ideia tem potencial de mercado enorme.
Para o Uber, os custos não serão tão grandes. A barreira de US$ 250 (50 novos usuários) é um limite que nem todos os desenvolvedores conseguirão atingir, e, dessa forma, o Uber não precisará pagar.
Já os retornos, com mais aplicativos e chegada de usuários (além de parceiros novos para os devs que tiverem mais sucesso no Programa), poderão consolidar de vez o poder do Uber nesse mercado.