APIs e Microsserviços

1 fev, 2016

5 motivos para ter APIs no seu negócio

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Nunca estivemos tão conectados. Virtualmente qualquer pessoa e organização do mundo estão disponíveis para você neste momento, esteja você está lendo este texto no computador ou no celular.

Esse fenômeno começou a acontecer há poucos anos, mas sabemos que a tendência é apenas aumentar.

Nunca foi gerada tanta informação. Seja por humanos ou máquinas. O trânsito de dados chega a ser assustador. E não é novidade que as APIs representam um papel essencial nessa lógica, que move pessoas, dados e a economia.

É bem provável que sua empresa também queira participar dessa nova economia. O primeiro passo é a presença online. Mas você pode ir muito além disso, e as aplicações de APIs se estendem por várias áreas (veja 5 formas de ganhar dinheiro com APIs).

Excluir sua empresa dessa cultura tecnológica de compartilhamento e inclusão pode ser uma falha grave. Inúmeras possibilidades e oportunidades são perdidas, visto os novos padrões de consumo e a estrondosa popularização da Internet nos últimos anos.

De forma simples: o mundo está dando oportunidades de negócio para quem está conectado e atento às novidades na Internet.

Por isso, vou dar 5 motivos para ter APIs (além dos financeiros), para começar 2016 com o pé direito e assim garantir a prosperidade do seu negócio.

Confira!

1 – Cola digital

Essa é a expressão mais usada para ilustrar o que é e como funciona uma API. Você pode encontrar muito mais informação na série O que são APIs.

Essencialmente, a API é um conjunto de instruções que cria conexões para que serviços ou softwares diferentes possam se comunicar. Um exemplo são os sites que permitem login com sua conta do Google ou Facebook. Ou os vídeos do YouTube que podem ser assistidos de qualquer página na Internet.

Ou os mapas personalizados do Google Maps, tão comuns nas páginas de Contato. Se ainda não ficou claro, você pode conferir vários exemplos de usos de API aqui.

Resumindo, sistemas completamente diferentes, de empresas não relacionadas e até com propósitos diversos, podem se comunicar, como uma “língua franca” digital. É como uma cola, que une o enorme conjunto de aplicativos e sistemas diferentes.

E isso torna o nosso dia a dia online muito melhor!

Grandes plataformas como Twitter, Facebook, Google, PayPal e centenas de outras fazem uso delas para tornarem seus dados acessíveis (e buscarem outros dados).

Mas não precisa ser desse tamanho ou ser empresa de tecnologia para usar APIs. Muito pelo contrário. Startups, ONGs, o governo e até jornais têm aplicações bem interessantes de APIs.

Portanto, o primeiro motivo é tão simples quanto a própria existência dessa tecnologia: quer integrar sistemas? A solução são APIs.

E isso significa que nunca foi tão fácil integrar como hoje (já falamos neste artigo sobre a evolução das integrações).

2 – User Experience

Uma das partes mais interessantes é que a API é invisível para o usuário final, apesar de ser parte indissociável dos seus hábitos na Internet.

Ou seja, se você nunca se perguntou como um site qualquer na Internet pode requisitar seus dados ao Google ou ao Facebook para fazer login, você passará a vida toda sem perceber a existência desse canal de comunicação.

Verá somente os sistemas funcionando, integrados, e achará o máximo.

Serviços como IFTTT e Zapier tiram proveito disso, abrindo canais para “receitas” que automatizem tarefas repetitivas. É claro que isso é feito com APIs, mas os usuários percebem apenas dois serviços diferentes se comunicando e trocando dados.

Isso significa que você pode inserir integrações de todos os tipos, de forma a melhorar muito seu produto e aprofundar a experiência de usuário.

Para dar um exemplo aqui da Sensedia, usamos o ElasticSearch em nossos produtos. Com isso, não é necessário implementar rotinas de busca, e temos acesso a um dos melhores serviços de busca disponíveis, via API. Para nossos clientes, é apenas uma busca com resultados precisos.

Outro exemplo emblemático é o Slack, que tem poucos anos de vida, mas já é um app de muito sucesso, bastante pelas inúmeras integrações possíveis e, é claro, uma ótima API que abre ainda mais possibilidades.

3 – Flexibilidade e praticidade

As APIs mais famosas são públicas, na maioria das vezes. Isso quer dizer que qualquer pessoa no mundo pode acessar a documentação, ver como a API funciona, quais métodos e endpoints estão disponíveis e, enfim, criar apps de graça (ou gratuitas até certo limite de uso, estipulado por quem está expondo a API).

Para fugir dos exemplos de grandes empresas, conheça API do Star Wars. Ela é pública e totalmente gratuita, com limite de 10 mil chamadas por dia, o que é suficiente para qualquer desenvolvedor criar o site ou app que quiser com a API.

Nem todas as APIs são públicas, entretanto. Pode-se também desenvolver APIs restritas ou privadas.

Esses são casos em que o uso da API é limitado a certos parceiros ou somente à própria empresa. Para não me estender aqui, sugiro que confira este artigo, no qual falei sobre os tipos de APIs e aplicações específicas de cada uma.

Algumas empresas têm todo o seu desenvolvimento interno baseado em APIs, como o Netflix, que usa suas APIs para desenvolver rapidamente clientes do serviço em centenas de diferentes dispositivos. É assim que eles conseguem ter apps rodando em TVs, celulares, computadores, tablets e até videogames, e de forma rápida e eficiente.

Já outras empresas têm um misto de APIs públicas, privadas, restritas a parceiros, e ainda com foco interno e externo. A Amazon é um exemplo incrível, pois as mesmas APIs que os clientes do AWS usam também são usadas internamente. E o modelo de cobrança é pay-as-you-go, ou seja, você só paga pela quantidade de chamadas que realmente faz.

Isso quer dizer que o modelo de negócios utilizado por uma empresa depende apenas e unicamente de suas necessidades e estratégia de negócios. A tecnologia não limita nada e, pelo contrário, abre as portas para a criatividade de quem está expondo a API.

4 – Relacionamentos aprofundados

Um dos maiores problemas que temos ajudado nossos clientes a resolver é integrar seus sistemas a parceiros. Pense em compartilhamento de infraestruturas ou base de clientes.

Esse é o caso de empresas de e-commerce, como Cnova (responsável pelo Extra.com.br, por exemplo) e B2W (responsável pelo Submarino), ou ainda grandes lojas abertas, como Mercado Livre.

Qualquer pessoa pode colocar alguns produtos manualmente e, assim, levar dias ou semanas cadastrando dados.

Porém, uma API pode ser implementada e fazer isso automaticamente, em minutos, para qualquer quantidade de produtos. Isso viabiliza uma nova categoria de negócios, os marketplaces, que funcionam como shoppings virtuais.

Lojistas parceiros do Extra.com.br podem oferecer seus produtos no site e, assim, aproveitar o grande fluxo de visitantes, entre outras vantagens. E aí aquelas integrações manuais, que levavam algumas semanas para serem feitas, começam a funcionar em questão de horas.

Bom para o marketplace, excelente para o lojista.

Em outras empresas, o relacionamento com desenvolvedores e clientes finais é mais importante. Boas APIs permitem que certas comunidades de devs utilizem seus produtos, tornando-se promotores da marca, além de usar os serviços em suas próprias criações.

É uma forma poderosa de marketing. Isso (e vários outros motivos) levam a estratégias de Design de APIs como a API First, em que a empresa tem em mente a API desde o início da implementação de seus serviços.

E então, à medida que as APIs se tornam mais populares, elas passam a fomentar verdadeiros ecossistemas. Basta lembrar a quantidade de aplicativos que funcionam baseados nas APIs do Facebook, para entender o estrondoso potencial de estar conectado.

5 – Tecnologia até onde você quiser

Se você tem alguma necessidade de trocar dados, pode colocar tudo em uma planilha e anexar no e-mail, certo? Melhor ainda, dê acesso de leitura ao seu banco de dados, assim seus parceiros poderão ter os dados que quiserem.

Mais simples que implementar uma API!

Sim, estou sendo irônico.

Desenvolvedores conhecem diversas técnicas de gambiarra, mas quando o assunto é fazer algo realmente bem feito, não tem tecnologia de integração que supere uma API bem implementada.

Já há muito avanço em termos de eficiência, desempenho, controle, escalabilidade e segurança de APIs. Ou seja, APIs são (majoritariamente) seguras e bastante qualificadas para realizar o que foram criadas para fazer. E você ainda pode melhorar muito isso com um gateway, como o do API Suite.

Ou seja, se você precisa bater um prego, comprará um martelo. Se quiser uma comunicação eficiente e poderosa entre seus sistemas e os de outros, implementará uma API.

Contudo,  se quiser bater o prego com o salto do sapato, fique à vontade. Porém, não adianta reclamar depois que o sapato quebrou!

Fora que APIs inteiras podem ser implementadas em questão de horas. Sim, uma API nasce, do zero, e pode começar a ser usada em apenas algumas horas. Basta saber o que está fazendo.

Fizemos um workshop no API Experience 2015, em que os participantes tinham como único requisito conhecimentos em programação. Ao fim do dia, cada um tinha implementado sua API e depois poderia recheá-la, com base no que foi aprendido.

Legal, né?

Novas conexões para um novo tempo

Ter uma API é estar presente na nova economia em pés de igualdade.

No mundo atual, estar conectado deixou há muito de ser um diferencial para se tornar uma necessidade.

Nos anos 1990, com a popularização da Internet, tornou-se inaceitável para uma empresa não possuir um website. Hoje, é a API que caminha rapidamente para se tornar imprescindível para qualquer negócio.

Optar por não manter uma API é isolar-se de um mundo que cada vez mais troca, conecta e integra. É isolar-se em uma ilha, onde pode-se contar apenas com si próprio para sobreviver e crescer, em um ambiente no qual a colaboração é cada vez mais a palavra de ordem.