Desde 1960, muitos acreditavam que o Projeto Xanadu mudaria o mundo. Após 54 anos em desenvolvimento, ele está enfim disponível.
Agora chamado de OpenXanadu e descrito como “o projeto original de hipertexto”, o software é uma ferramenta mais avançada para conectar textos entre si. Ele promete links que nunca param de funcionar, documentos que podem ser comparados lado a lado, e um sistema de copyright mais organizado. O americano Ted Nelson, que teve a ideia do Xanadu nos anos 60, diz que isso é bem melhor do que o HTML se tornou:
A web banalizou este modelo original do Xanadu, simplificando muito – mas incorretamente – esses problemas ao criar um mundo de links de mão única e frágeis, que sempre param de funcionar; sem reconhecimento de mudanças ou de direitos de autor; e sem suporte para várias versões ou reutilização de textos.
Se ele estivesse pronto a tempo, é possível que o HMTL se chamasse Xanadu. “Nós pisamos na bola nos anos 80, e perdemos nossa chance de ser o hipertexto mundial (a web pegou esse nicho)”, diz Nelson.
Abaixo, um breve histórico do software:
- após concluir seu mestrado em Harvard, onde ele teve a ideia do Xanadu, Ted Nelson publicou um paper sobre o assunto em 1965;
- Nelson publicou suas ideias sobre o Xanadu em dois livros, de 1974 e 1981;
- em 1979, Nelson se reuniu com alguns colegas para desenvolver o Xanadu, mas não deu certo;
- em 1998, foi lançada uma implementação incompleta, chamada Project Udanax;
- em 2007, houve outra implementação incompleta, o XanaduSpace;
- em 2014, o OpenXanadu é disponibilizado.
No site do projeto, existe um aviso de que ele não é “open-source” – é apenas aberto ao público. Por enquanto, o único exemplo disponível está neste link: no centro, há um texto que cita outros, e as fontes estão reunidas nas laterais – basta clicar na coluna, e o texto-fonte se abre.
Na próxima versão, o OpenXanadu promete trazer conteúdo por meio de um servidor, em vez de baixá-lo e exibi-lo de uma só vez, ou seja, “você e qualquer pessoa poderá publicar xanadocs”.
O OpenXanadu tem algumas limitações quando exibido em navegadores, já que eles não são pensados para a “estrutura xanalógica”. Esse é um dos motivos para Ted Nelson não querer mais competir com o HTML, já estabelecido: “ainda podemos competir com o PDF, que simula papel, ao mostrar conexões de texto”.
Com informações de Gizmodo