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10 jun, 2025

USP São Carlos sedia pela 10ª vez a etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica

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Com 200 equipes inscritas, o evento coordenado pelo ICMC reunirá jovens estudantes nos dias 14 e 15 de junho para desafios práticos de tecnologia aplicada à robótica; a entrada é gratuita

Na década passada, São Carlos abraçou um projeto que, ano após ano, transformou vidas, escolas e futuros. Em cada edição da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), o município e sua região viram nascer talentos, despertar vocações e acender a chama da curiosidade científica em milhares de jovens. Nos dias 14 e 15 de junho, a USP São Carlos será a sede da 10ª etapa regional da competição, que se consolidou como um dos principais eventos de incentivo à ciência e tecnologia entre estudantes do ensino fundamental, médio e técnico.

Coordenada pela professora Roseli Romero, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, a etapa é aberta aos visitantes com entrada gratuita. O público poderá acompanhar de perto a modalidade prática de resgate, que desafiará 200 equipes com alunos dos ensinos fundamental, médio e técnico de São Carlos e região, dos sete aos 17 anos.

imagem: Divulgação

Olimpíada Brasileira de Robótica

Em 2025, a etapa de São Carlos conta com aumento de 11% em relação ao número total de equipes inscritas ano passado, quando 180 times participaram. Os 200 times inscritos este ano representam mais que o dobro da primeira edição, quando 99 equipes foram registradas nesta regional.

Segundo Roseli, aproximadamente 8 mil alunos passaram pela etapa regional ao longo desses dez anos, muitos dos quais estão hoje cursando universidades na área de ciências exatas. “Já tivemos equipes que chegaram à final nacional da OBR”, destaca a professora.

Ela explica que o sucesso da OBR em São Carlos foi sustentado por uma rede de incentivo à ciência e à robótica: “Para montar a competição por 10 anos, foi necessário contar com o apoio do Departamento de Ciências de Computação (SCC) do ICMC, da infraestrutura do ICMC e da Escola de Engenharia de São Carlos, de alunos de graduação e de pós-graduação do campus e também de patrocinadores. Com a continuidade desse trabalho, a regional de São Carlos se tornou a maior do Estado. Por isso, deixo meu agradecimento sincero a todas as pessoas que têm contribuído para esse feito.”

Imagem: Divulgação

Como será a disputa

A OBR tem como objetivo transformar a robótica educacional em um tema acessível e estimulante dentro da sala de aula, com a intenção de descobrir jovens talentos e atualizar o processo de ensino e aprendizagem brasileiro. Trata-se de uma forma de apresentar um mundo de possibilidades para os alunos,  uma porta de entrada para as carreiras científico-tecnológicas.

Assim como ocorreu em 2024, as equipes que participam da disputa são formadas por, no mínimo, dois alunos e, no máximo, quatro estudantes. Também é exigida, para cada time, a participação de um professor ou técnico, vinculado ou não a uma instituição de ensino.

Durante a competição, os participantes são desafiados a demonstrar a eficácia de seus robôs autônomos (sem operação remota ou direta). Há juízes que avaliam o desempenho, levando em consideração a qualidade da programação robótica, a estratégia de navegação adotada e a capacidade de criação de soluções práticas em tempo real.

A etapa regional da OBR em São Carlos será dividida em dois níveis de disputa, organizados de acordo com a escolaridade dos participantes. O nível 1 é voltado a alunos do 1º ao 8º ano do ensino fundamental, enquanto o nível 2 contempla estudantes do 8º e 9º ano do ensino fundamental e todos os alunos do ensino médio ou técnico.

A principal diferença entre os dois níveis está no grau de dificuldade dos desafios práticos. No nível 1, o robô autônomo deve realizar uma missão de resgate simulada, em que precisa encontrar uma vítima em meio a obstáculos diversos, como curvas, rampas, terrenos irregulares e áreas de difícil acesso — tudo isso sem qualquer controle remoto.

Já no nível 2, a complexidade aumenta significativamente. Além de localizar a vítima, o robô deve resgatá-la e transportá-la com segurança até uma área que simula um hospital. Para isso, precisa superar caminhos sem saída, terrenos desconhecidos, desvios obrigatórios e trechos nos quais a rota não pode ser previamente identificada, exigindo decisões rápidas e estratégias mais sofisticadas. Essa dinâmica torna a prova ainda mais desafiadora, exigindo dos alunos um domínio maior da lógica, programação e engenharia aplicada.

As equipes com melhor desempenho nas etapas regionais garantirão vaga para a etapa estadual da OBR, prevista para acontecer dia 23 de agosto, no Centro Universitário Barão de Mauá, em São Paulo. Já os destaques da fase estadual seguirão para representar o Estado na final nacional da OBR, que acontecerá de 13 a 19 de outubro, na cidade de Vitória, no Espírito Santo.

imagem: Divulgação

Curso preparatório

Para apoiar a preparação das equipes e estimular novos talentos, o ICMC disponibilizou um curso preparatório voltado a estudantes do ensino fundamental I e II, médio e técnico, com foco na montagem de robôs e em noções básicas de programação. As aulas também incluíram aplicações práticas, proporcionando uma vivência direta dos desafios que os alunos enfrentarão na competição.

Coordenado pela professora Roseli, o curso foi ministrado por Raphael Montanari, mestre em Ciências de Computação e integrante do Centro de Robótica (CROB) da USP, e por Eliel Jose de Souza Francoso, estudante da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). A edição atual do curso preparatório termina no sábado, dia 7 de junho, praticamente às vésperas do início oficial da etapa regional, oferecendo aos alunos a chance de chegar à competição com mais segurança e conhecimento técnico.

A etapa em São Carlos da OBR 2025 conta com o apoio do Departamento de Ciências de Computação (SCC) do ICMC, da EESC, do Centro de Robótica (CROB-USP) e da Prefeitura do Campus de São Carlos da USP.