O Twitter anunciou ontem um programa piloto para começar a ganhar dinheiro com as mais de 500 milhões de pessoas que veem tweets mensalmente, mas que não são assinantes da rede social. Isso inclui aquelas que têm acesso aos tweets incorporados em buscas no Google, bem como aquelas que acessam a homepage do Twitter ou páginas de perfis de vários usuários da rede de microblog sem fazer login.

Por dois anos, o Twitter tentou e não conseguiu provar a Wall Street que pode reacender o crescimento no número de usuários. Agora, com esse número em cerca de 300 milhões, a empresa está indo em direção de uma abordagem diferente: tentar convencer os investidores e anunciantes a reconsiderarem o que queremos dizer com “usuário ativo”.

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O Twitter é como uma grande discoteca, onde parece que toda a ação acontece, mas, com exceção de alguns fanáticos, ninguém mais vai lá. Isto tem sido parte do problema da empresa: como ganhar dinheiro com todas essas pessoas que podem ver tweets – em notícias, perfis de celebridades ou nas buscas do Google -, mas se recusam a criar uma conta no Twitter.

Eles podem não ser uma base de usuários no sentido tradicional, mas são espectadores de conteúdos do Twitter. Assim, ao vender essa “audiência total do Twitter” (como a empresa chama seu público), o Twitter pode ser capaz atrair significativamente grandes anunciantes, que certamente terão mais interesse em investir em uma rede social com 800 milhões de “usuários” do que em uma com apenas 300 milhões.

Assim, a rede social quer ativamente atingir esses usuários que não são ativos, e pretende impactá-los com anúncios. Eles seriam exibidos como tweets promovidos, da mesma forma que os usuários normais veem. A diferença é que o conteúdo do tweet é filtrado pelo contexto do visitante, e o foco dessa abordagem será em obter cliques, conversões e visualizações de vídeo.

O plano de ganhar dinheiro com as centenas de milhões de pessoas que não são assinantes foi levantado em novembro, na primeira conferência anual de acionistas do Twitter. Dick Costolo, na época CEO do Twitter, e sua equipe executiva tentaram conquistar investidores céticos, mostrando gráficos sobre a audiência da plataforma. O objetivo: parar de se concentrar em usuários ativos mensais e olhar para todas as outras pessoas com as quais é possível monetizar.

Inicialmente, os tweets promovidos para visitantes devem ser disponibilizados em Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Austrália, mas apenas na versão web. Eles são exibidos somente nas páginas de perfis e nos detalhes do tweet. Já os usuários logados também têm acesso a anúncios nas páginas de pesquisa, na timeline e nos dispositivos móveis.