Feito com materiais eletrônicos reaproveitados, um robô desenvolvido em São José dos Campos (SP) chama atenção por sincronizar a fala com movimentos na Língua Brasileira de Sinais (Libras), constituindo-se em um projeto com o objetivo de conscientizar sobre hábitos de consumo e promover inclusão social.

A ideia foi do técnico eletrônico Gilberto Vieira, de 52 anos, conhecido por produzir obras de arte com lixo eletrônico. No novo robô, batizado de “Reciclóide”, a ideia é disseminar educação ambiental e interagir com deficientes auditivos. Desde o início de setembro, o trabalho tem sido exposto em feiras de tecnologia e artesanato na cidade, chamando atenção de pessoas de idades distintas.
“Ele passa a mensagem de que a missão dele é salvar o mundo e que as pessoas devem mudar seus hábitos de consumo e pensar no planeta. Nas exposições, ele chama atenção principalmente das crianças”, afirma Vieira.
O experimento é feito com itens como paralama de carro, restos de madeira, teclado de computador, capa de celular, painéis solares e um circuito eletrônico. As mensagens são reproduzidas por um quadro digital e controladas via Bluetooth por celular. “Fiz uma pesquisa sobre Libras para montar os movimentos, depois gravei as falas e sincronizei os movimentos do robô. É um procedimento trabalhoso, mas o resultado ficou bom”.
Com seus trabalhos, o técnico tenta levar conhecimento para comunidades carentes e minorias sociais por meio de exposições. “Conseguimos abordar vários temas e trazer as pessoas para educação, ciência e tecnologia. Vou ficar muito feliz se conseguir agregar valor cultural. A conscientização traz a mudança de comportamento e isso é importante”, disse.
Ele procura grupos com deficiência auditiva para expor o trabalho e realizar parcerias com o robô. Além disso, ele já recebeu convites para apresentar o projeto em eventos nacionais ligados à tecnologia.
No seu portfólio, Vieira possui quase 200 outras peças produzidas com materiais recicláveis, como itens que vão de guarda-chuva velho até selim de bicicleta. Alguns trabalhos também são vendidos para entidades, escolas ou cooperativas preocupadas com o meio ambiente. Já as peças para construção das obras são compradas ou adquiridas por meio de doações.
Com informações de G1