A disputa por profissionais de TI e talentos tecnológicos está reconfigurando o mercado global, com uma crescente valorização desses profissionais em diversos setores.
Segundo projeções da consultoria Robert Half, 2025 será um marco para a área de tecnologia, com a alta demanda por cargos como engenheiros de software, especialistas em dados e profissionais de cibersegurança impulsionando não apenas os salários, mas também a competitividade entre empresas.
Sylvestre Mergulhão, fundador e CEO da Impulso, People Tech que, há 14 anos, é orientada ao aumento de capacidade e produtividade de médias e grandes empresas, destaca que a escassez de talentos é uma das principais dores do mercado:
“O avanço tecnológico está acelerado, mas a formação de profissionais não acompanha o mesmo ritmo. Empresas precisam ir além de pacotes de benefícios tradicionais para criar propostas de valor verdadeiramente atrativas.”
O que está por trás da crescente valorização de talentos tech?
A transformação digital, impulsionada pela adoção da inteligência artificial e pela crescente digitalização, está criando uma nova corrida por especialistas em tecnologia.
Estima-se que, até 2025, o uso da IA impactará diretamente setores como saúde, finanças e indústria, aumentando a produtividade global em até 26%, segundo dados do McKinsey Global Institute.
Esse avanço, aliado ao crescimento exponencial de dados armazenados, exige profissionais capacitados para gerenciar informações sensíveis e integrar tecnologias emergentes
Com um público geral em mente, isso reforça que a busca por esses talentos não é apenas uma questão tecnológica, mas uma prioridade econômica e estratégica.
O Brasil, por exemplo, tem sido um polo exportador de talentos tech. Para Sylvestre, nosso país se tornou um celeiro de profissionais altamente qualificados, atraindo a atenção de empresas estrangeiras.
“O trabalho remoto eliminou barreiras e abriu oportunidades globais, mas intensificou a concorrência interna pelas mentes mais brilhantes”.
Estratégias para conquistar e reter talentos
Empresas de destaque têm revisado profundamente suas políticas internas para atrair os melhores talentos, implementando estratégias que vão desde a criação de ambientes de inovação, até espaços para experimentação, em que os profissionais são incentivados a se desenvolverem constantemente.
Além disso, é importante lembrar que a promoção de flexibilidade e bem-estar garante um equilíbrio maior entre vida pessoal e profissional, por meio de políticas como trabalho remoto e jornadas adaptáveis, que atendem às necessidades dos colaboradores e promovem maior satisfação e engajamento.
Impactos econômicos e sociais
A “fuga de talentos” também pode gerar reflexos para a economia brasileira. Enquanto o setor se beneficia da entrada de divisas vindas de contratos internacionais, há um desafio em manter os profissionais no país, especialmente diante da defasagem educacional em tecnologia.
Segundo a Accenture, 64% das empresas enfrentam dificuldades em adotar inovações, e 78% dos executivos afirmam que as ferramentas evoluem mais rápido que as áreas de capacitação.
Mergulhão conclui que “investir em talentos tech não é apenas uma necessidade para empresas, mas uma questão estratégica para o crescimento econômico global. O Brasil tem a oportunidade de liderar, mas isso exige ações concretas para fortalecer o ecossistema local.”
Com essa nova “moeda de valor” no mercado global, companhias que souberem transformar a gestão de pessoas em um diferencial competitivo terão mais chances de prosperar em um cenário de rápida evolução tecnológica.
Isso exige investimentos em inovação e construção de uma cultura organizacional sólida que valorize o desenvolvimento contínuo, a retenção de talentos e a adaptação às constantes mudanças do mercado.
Empresas capazes de equilibrar tecnologia e humanização estarão mais preparadas para enfrentar os desafios da transformação digital e se destacar em um ambiente altamente desafiador e em constante transformação.