DevSecOps

6 nov, 2003

PF prende 21 hackers brasileiros

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A Polícia Federal prendeu, ontem, em flagrante,
21 hackers acusados de desviar pelo menos R$ 100 milhões
de contas bancárias pela internet. Coordenada pela Superintendência
da PF no Pará, a chamada Operação Cavalo
de Tróia efetuou prisões também no Piauí,
Maranhão e Goiás, onde havia ramificações
da quadrilha. Todos os acusados seriam levados para Belém.

Entre 6h e 12h, 11 pessoas foram detidas em Parauapebas (PA),
uma em Marabá (PA), cinco em Teresina (PI), duas em São
Luís (MA) e duas em Goiânia (GO). Elas foram indiciadas
por estelionato e formação de quadrilha.

De acordo com o superintendente da PF no Pará,
delegado Néder Duarte, o grupo vinha sendo investigado
há quatro meses. Ao todo, foram expedidos 35 mandados de
prisão.

– Cerca de 40% dos hackers presos ontem já
haviam sido detidos entre junho e julho do ano passado e soltos
por falta de flagrante. Eles tiveram a prisão preventiva
decretada – disse Duarte.

Os demais envolvidos, que ainda não respondiam
a processo, foram presos temporariamente. Após o período
de cinco dias, tempo máximo de reclusão previsto
nesses casos, a polícia deverá requerer à
Justiça a prisão preventiva.

Um dos possíveis líderes da quadrilha,
Valdeni França do Nascimento, preso em Teresina, contou,
em depoimento, como funcionava o esquema de desvio.

– Ele disse que aquele cadeado no canto da tela
(que indicaria um site seguro) não adianta nada – afirmou
o delegado Nelson Andrade, um dos executores da operação
no Piauí.

O grupo vinha aperfeiçoando o modo de agir,
segundo a PF. Inicialmente, os hackers usavam um sistema que permitia
o envio de 500 e-mails por meio dos quais descobriam se os usuários
tinham conta bancária e o local. Depois, pesquisavam dados
como o número e a senha. O programa descoberto ontem era
mais avançado do que o anterior. Mais de 10 mil mensagens
eram disparadas simultaneamente.

Quando os usuários abriam a mensagem, o
sistema era instalado e copiava todos os dados, inclusive o número
da conta e a senha de pessoas que faziam operações
comerciais e bancárias pela internet. Essas informações
eram enviadas a um e-mail da quadrilha.

A ação da PF recebeu o nome de Cavalo
de Tróia justamente porque o método dos ladrões
remete a um presente de grego.

– Eles usavam mensagens com atrativos para estimular
a curiosidade de quem recebia. Uma delas era chamada Doutor Pênis,
que ensinaria a aumentar o pênis em cinco centímetros,
outra diria como fazer para ganhar um beijo do artista preferido
– afirmou o superintendente Duarte.