Segundo uma pesquisa divulgada pelo 2º Fórum Nova Favela Brasileira, uma parceria entre o Instituto Data Popular e a CUFA – Central Única das Favelas, o poder de consumo nas favelas aumentou e o morador dessas comunidades está cada vez mais interessado em empreender.
O levantamento revelou que existem 3,8 milhões de pessoas com vontade de empreender nas favelas brasileiras. Belém aparece como a primeira cidade com maior percentual de futuros empreendedores e São Paulo ficou em terceiro lugar. “As perspectivas e sonhos dos moradores da favela mudaram. Hoje 26% já fizeram curso profissionalizante, e 38% dos jovens com idade entre 19 e 24 anos pretendem fazer faculdade no próximo ano. O Bolsa Família, apesar dos mitos, é um programa que tem completado a renda dessas pessoas. Com mais trabalho e maior renda, esses moradores ascenderam economicamente”, aponta Renato Meirelles, CEO do Data Popular.
Em geral, esse público empreendedor é mulher, negro e jovem: 51% dessas pessoas são mulheres e 49% são homens. 73% são negros ou pardos e 32% têm entre 14 e 24 anos.
Entre os que querem abrir seu próprio negócio, 63% quer fazê-lo dentro da própria favela (em 2013, eram 59%). Na maioria dos casos, a oportunidade é o que impulsiona os moradores das favelas a abrirem o seu próprio negócio. Outro dado é que a maior parte das pessoas que pretende empreender deseja abrir algo relacionado à alimentação, mas 20% desejavam abrir lojas de roupa e 13%, salão de beleza.
Como “pontapé inicial” desses novos empreendimentos, algumas iniciativas citadas foram: começar a economizar dinheiro (30%), trabalhar no planejamento do negócio (28%), procurou equipamento ou local (25%) e buscou recursos de terceiros (19%).
Entre os motivos para iniciar um empreendimento, “não ter chefe” foi o principal deles, citado por 29% dos entrevistados, enquanto 22% querem ter uma fonte de renda e 20% querem poder ganhar mais.
Algumas categorias em potencial nas favelas que ainda são pouco exploradas são:
- Eletrônicos;
- Móveis;
- Roupas.
70% desses empreendedores em potencial disseram que não sairiam da favela se tivessem o dobro da renda atual. “O empreendedorismo é a possibilidade de ascensão (que não era comum antigamente) dessas pessoas. Há 10 anos, a ideia de estabilidade era ter um emprego público. Hoje, como a maioria dessa população é mulher, ela prefere estar mais próxima da comunidade para também poder dar conta dos serviços da casa e dos filhos”, aponta Luis Barreto, Diretor Presidente do Sebrae Nacional.
Segundo o Sebrae, os segmentos mais significativos nessas comunidades são:
- Alimentação – 18,5%
- Varejo – 17,6%
- Beleza – 11,7%
- Obra e manutenção – 7,8%
Ainda segundo o Sebrae, mais de 5 mil negócios foram formalizados nas favelas, e o número de empresas formalizadas que procura o Sebrae para orientação cresceu bastante.
Com informações de E-commerce Brasil