Pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram um implante wireless que pode devolver a pacientes com degeneração de retina um pouco de sua visão. O dispositivo é posicionado atrás da retina, a parte do olho que contém as células fotorreceptoras que respondem à luz, desencadeando impulsos elétricos em outras células.
Os impulsos são parte de uma reação em cadeia que envia dados do nervo óptico até ao cérebro. Em algumas doenças da retina, as células fotorreceptoras morrem, mas as restantes não estão danificadas. As próteses visuais serviriam para esses casos.
O PRISMA utiliza o mesmo sinal de luz para transmitir a imagem do mundo exterior e para alimentar o chip implantado. A versão mais avançada do dispositivo tem 70 mícrons de pixels, e cada um inclui fotodiodos e um eletrodo de estimulação. “Nós não podemos usar a luz ambiente para alimentar esses dispositivos porque ela não é forte o suficiente, por isso usamos a luz infravermelha de alta potência”, conta Henri Lorach, da Universidade de Stanford.
Adaptado aos seres humanos, o dispositivo usaria óculos com uma câmera de gravação. Um pequeno processador integrado ao sistema seria capaz de converter a gravação em uma imagem infravermelha, que seria enviada através de feixes ao olho. A partir daí, o chip receberia o padrão e estimularia as células. Testes em ratos realizados pela empresa francesa Pixium Vision, responsável pela comercialização da tecnologia, mostraram que o cérebro responde à estimulação artificial da mesma maneira que à estimulação de luz natural.
A equipe também obteve excelentes resultados tratando de acuidade visual. Os roedores atingiram um nível de visão 20/250, o que significa que eles seriam capazes de ler as letras maiores em um cartaz de oftalmologista.
Para o futuro, a ideia é chegar a 20/120, o que estaria abaixo do índice que determina a cegueira nos Estados Unidos.
Os testes clínicos devem começar no próximo ano na Europa.
Com informações de Olhar Digital