Inteligência Artificial

25 ago, 2025

Formação orienta comunidade universitária sobre o uso responsável de sistemas de inteligência artificial

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Formação orienta comunidade universitária sobre o uso responsável de sistemas de inteligência artificial no dia a dia

Iniciativa da Unesp envolve quase 500 pessoas e tem tutoria especializada para explicar o que é IA generativa e o potencial de utilização dos Modelos de Linguagem de Grande Escala

A Unesp iniciou nesta semana uma ampla formação para instruir e incentivar o uso responsável de ferramentas de inteligência artificial generativa no dia a dia das atividades acadêmicas e administrativas. A formação ocorre no formato assíncrono, com aulas gravadas e atividades disponíveis via plataforma Moodle. Há tutoria especializada e sessões virtuais de solução de dúvidas. O curso envolve quase 500 integrantes da comunidade universitária, selecionados de modo equitativo entre servidores docentes, técnico-administrativos, estudantes de graduação e de pós-graduação. Com 50 horas de duração, o curso está previsto para terminar em dezembro.

A iniciativa da Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTInf), com apoio da Coordenadoria de Desenvolvimento Profissional e Práticas Pedagógicas “Professora Adriana Chaves” (CDeP3), foi pensada a partir do núcleo que está propondo nas instâncias colegiadas da Universidade a criação do Instituto de Inovação em Inteligência Artificial (I3A) e teve uma adesão massiva do público interno, com 4.063 candidatos, somando todos os segmentos. O número de vagas teve que ser limitado por causa da quantidade de tutores destacados para as atividades.

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A formação foi estruturada para que todos tenham noções básicas sobre o que é inteligência artificial (IA) generativa, uma introdução a respeito dos Modelos de Linguagem de Grande Escala, conhecidos como LLMs (Large Language Models), e exemplos de uso no ambiente de trabalho, seja para fins de ensino, pesquisa, extensão, inovação e gestão universitária. Os LLMs são sistemas de inteligência artificial treinados para entender, gerar e interagir via chat com a produção intelectual humana. As ferramentas de IA mais difundidas atualmente são ChatGPT (OpenAI), Gemini (Google), Copilot (Microsoft), DeepSeek (China), Grok (xAI), Claude (Anthropic) e Perplexity (Perplexity Labs).

“A ideia (na formação) é que a pessoa introduza o uso de IA em algo, uma certa tarefa por exemplo, que já faça no dia a dia e compartilhe o que ela fez, com o cuidado para alertar as pessoas para não usarem dados sensíveis. Nada que não seja liberado para o público tem que ser liberado para a IA”, afirma o professor Denis Henrique Pinheiro Salvadeo, integrante da CTInf à frente da iniciativa. “Entendemos que não só a universidade, mas toda a sociedade hoje precisaria ser alfabetizada em IA. As pessoas precisam entender o que é essa tecnologia que já afeta a vida delas e, provavelmente, vai afetar mais. Ter uma ideia de como funciona, dos impactos, riscos e oportunidades. O uso (da ferramenta) sempre tem que ser feito de uma forma responsável, ética e tomando todo o cuidado para que não se propague vieses que atentem contra os direitos humanos. Todas as questões éticas e de conduta profissional seguem valendo e norteiam o trabalho. Só estamos usando uma nova ferramenta”, diz o docente.

Para esta ação de letramento em ferramentas de inteligência artificial generativa, segundo Denis Salvadeo, os tutores cumprirão papel fundamental na orientação dos participantes. São estudantes de pós-graduação que cursam o mestrado ou o doutorado, têm algum ponto de contato com ferramentas de inteligência artificial em suas pesquisas e possuem experiência prévia com metodologias ativas de aprendizagem. “Foi difícil achar tutor”, admite Salvadeo. “Esse curso, da forma como está sendo construído, não encontramos nada similar (que pudesse dar base para esta primeira experiência).”

Além de trabalhar com exemplos do cotidiano acadêmico e abordar questões éticas, a formação vai detalhar a chamada “engenharia de prompt”, a prática de criar e apurar comandos escritos (prompts) para que as ferramentas de IA gerem respostas mais precisas e com menos chances de “alucinações” (informações falsas ou desconexas geradas pelo sistema). “A nossa ideia é também trazer legislações da Universidade que possam apoiar a formação, como os princípios de inteligência artificial divulgados na resolução (aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária)”, afirma Salvadeo.

No início do ano, a Unesp aprovou uma normativa sobre a utilização de Inteligência Artificial na Universidade. A Resolução Unesp nº 13, de 22 de abril de 2025, dispõe sobre a utilização da IA estabelecendo princípios, diretrizes e procedimentos para sua aplicação nas atividades de ensino, pesquisa, extensão, gestão e inovação. A resolução abrange pesquisadores, discentes, servidores docentes e técnico-administrativos, em consonância com o Código de Ética da Unesp. Entre os documentos que ajudaram a nortear a resolução, estão o Guia para IA generativa na educação e na pesquisa, da Unesco (2024), e resoluções da comissão europeia.

Leia a matéria completa no Portal da Unesp.