Tecnologia

27 mar, 2013

Fibra ótica que opera a quase 100% da velocidade da luz é criada

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Cientistas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, desenvolveram de fibra ótica que conseguem transmitir dados de maneira extremamente veloz, atingindo 99,7% da velocidade da luz no vácuo. Dessa forma, é possível transmitir 10 terabytes de dados por segundo, rompendo todo recorde em termos de agilidade na transferência de arquivos.

A velocidade da luz é o limite absoluto de velocidade no nosso universo. No vácuo, esse limite atinge a casa dos 299.792.458 m/s (arredondando, 300 mil quilômetros por segundo).

Esse é o valor para o vácuo, mas, na superfície da Terra, vivemos cercados de atmosfera e de diversas outras formas materiais. Em cada um deles, a velocidade da luz assume outros valores. Na água, por exemplo, cai para a 70% dos 300 mil quilômetros por segundo no vácuo. Na sílica, que perfaz o interior das fibras óticas comuns, a refração é tanta que atinge apenas 31% do valor limite possível no vácuo. No ar, a refração é menor, e por isso a oscilação na velocidade da luz é quase imperceptível.

Ou seja, na melhor das hipóteses, uma fibra ótica comum pode transportar informações a velocidades que chegam a 31% de 300 mil quilômetros por segundo. Mas os cientistas de Southampton decidiram que isso não era o bastante. Sabendo que o ar causa pouca perda de velocidade, eles desenvolveram cabos de fibra ótica que não possuem sílica no interior, mas ar.

A ideia de criar fibras óticas nas quais o ar é o meio de propagação dos pulsos luminosos não é exatamente original. Mas as outras tentativas esbarravam na natureza do elemento, que, ao contrário do vidro, tem um índice de refração da luz baixo, impedindo que os raios e as informações que ela carrega façam curvas.

Os pesquisadores conseguiram superar o problema por meio do uso de aros sensíveis a luz, posicionados em toda a extensão dos filamentos ocos e preenchidos com ar. Esses elementos conseguem propagar a luz sem interferir na velocidade de transmissão.

Por enquanto, a tecnologia não tem a capacidade de superar as fibras óticas comuns para aplicações comerciais, que precisam atingir longas distâncias. Entretanto, um uso possível seria em grandes datacenters, ligando supercomputadores e servidores a velocidades que permitem a transmissão de 10 terabytes de dados por segundo.

Com informações de Techtudo