Na terça-feira, 19, o “Elas lideram na tecnologia”, recebeu de forma presencial no Cubo Itaú, em São Paulo, cerca de 300 mulheres e mais de 400 pessoas online no evento que falou sobre inovação, equidade, diversidade e liderança feminina.
Com patrocínio do banco Itaú, Grupo Boticário e do Olist, o evento promovido pela Women Leadership, startup de educação que promove e incentiva discussões acerca da liderança feminina, conseguiu chamar ainda mais a atenção para a importância de abrir espaços para o debate sobre equidade e diversidade dentro das organizações.
“O que vimos aqui hoje, além de impactante, é motivador, pois nos mostra que a Women Leadership está no caminho certo. É nítido que nós mulheres temos obtido grandes conquistas, mas o caminho ainda é longo, ainda convivemos com o preconceito, discriminação e machismo no mercado de trabalho, por isso precisamos continuar promovendo debates como este para reforçar ainda mais a necessidade da equidade, diversidade e, principalmente, respeito, pois as mulheres podem sim ser grandes líderes dentro das organizações”, declara a Founder da Women Leadership, Isa Quartarolli.
Além do evento destacar a figura das mulheres em cargos de liderança, o encontro também ressaltou a importância de se conectar com o outro através da liderança. De acordo com a CEO do Instituto Proa, Alini Dal Magro, “Quando a gente se torna líder, a gente acredita que precisa ter respostas para tudo e falar. Eu acredito que liderança é sobretudo escutar, escutar o seu colaborador, e o que ele precisa. Seu papel é muito mais relevante se você escutar, entender, se aproximar, direcionar, do que você ficar buscando dar todos os caminhos”, conclui.
Representatividade dentro das empresas
Representatividade é uma luta que temos travado há longos anos, de todas as formas possíveis e como não poderia deixar de ser “Elas lideram na tecnologia” levantou essa pauta no painel: Construção da liderança em tech. “Representatividade é algo que ainda está em baixa, mas é algo que está melhor do que antes, é algo cultural, mas temos conquistado espaços para debater”, ressaltou Alini ao questionar o papel das empresas na mudança de conceito e o que tem sido feito para mudar o cenário.
A este respeito, o debate ressaltou a importância da intencionalidade, ou seja, é preciso ter a intenção de mudar a situação, de mudar algo que está enraizado até mesmo dentro das organizações. De acordo com a Squad Leader Conversational Commerce do Grupo Boticário, Amanda Nasário, “as coisas não vão mudar sozinha, nós não vamos acordar um dia e teremos 70% de mulheres na área de tecnologia. Portanto, é preciso ter a intenção, um trabalho ativo de fazer isso acontecer dentro das empresas”, enfatiza.
Além disso, é importante ressaltar que o evento promoveu debates a respeito de referências femininas no mundo da inovação, a exemplo destaca-se o projeto InnoWomen, da Ambev. “Hoje, faço parte da InnoWomen, uma liga de mulheres inovadoras da Ambev que quer ampliar as referências femininas no mundo da inovação – ocupando espaço, dando oportunidades e possibilitando uma narrativa inovadora pelas vozes das mulheres. E foi muito bom poder compartilhar as nossas histórias com outras mulheres”, declarou a Marketing Innovation Brazil AMBEV, Gabrielle Matsunaga.
O futuro e presente do trabalho na web 3.0 certamente fez muitas pessoas pensarem o quanto ainda precisamos promover a equidade na área de tecnologia. Durante o painel, foi possível ver que pouquíssimas mulheres conhecem essa tecnologia que tem revolucionado o mercado tech, as diversas oportunidades que existem para serem exploradas na web 3.0 no mercado para mulheres ocuparem os seus espaços nesta nova revolução tech.
Um dos pontos discutidos no painel foi a importância de entender o que é a web 3.0 e o porquê ela está revolucionando o mundo digital. “A web 3.0 vem muito na questão da descentralização, pois enquanto na web 2.0 os dados ficam concentrados em uma única plataforma, na web 3.0 acontece exatamente o contrário, você tem autonomia de escolher onde seus dados serão inseridos, você tem controle das suas informações, ou seja, você opta, por exemplo, por não deixar que o google saiba onde você está”, explica a Co-founder EVE, Ana Laura Guimarães. Deixando bem claro que a grande revolução da web 3.0 é a autonomia do usuário.
Por fim, o evento finalizou com a palestra sobre: Inclusão e diversidade no futuro da tecnologia com Luanda Muniz – Senior Product Manager Farfetch, onde debateu sobre o papel das mulheres negras do setor de tecnologia.
O evento “Elas lideram na tecnologia” deixou um importante legado para quem esteve presente ou acompanhou de forma online. “É sempre muito importante ter um espaço para discussão sobre como melhorar as estatísticas e fazer com que as mulheres avancem cada vez mais na área. Sou muito agradecida por cada palestrante que esteve presente e compartilhou suas experiências e vivências do dia a dia. E também fico muito feliz por ver que as empresas estão se movimentando e promovendo ações de inclusão rumo à diversidade e equidade de gênero”, conclui Isa.