O diretor executivo da Linux International, Jon “Maddog” Hall, anunciou ontem em Foz do Iguaçu (PR), um acordo para produção de computadores de baixo custo no Brasil. A fabricação das máquinas acontecerá por meio de uma parceria entre a associação sem fins lucrativos Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC) e a comunidade LeMaker, sediada na China.
O anúncio foi feito no primeiro dia da 12ª Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware 2015), que segue até sexta-feira (16), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI). A LeMaker é responsável pela produção do Banana Pi, uma referência mundial em microcomputadores de baixo custo.
De acordo com Maddog, com a fabricação desses computadores, uma nova cadeia de produção pode ser construída no País. Ele também acredita que essas empresas poderão contratar mais brasileiros, o que significa que “o dinheiro ficará no Brasil, em vez de ser mandado para o exterior”. Contudo, não foi divulgada uma data para o início da produção dos equipamentos.
As primeiras 20 mil placas devem ser comercializadas a preço de custo para organizações sem fins lucrativos, como universidades e laboratórios de pesquisa.
“Esses computadores serão open source, o que permitirá que qualquer um projete sua placa como quiser, e ainda USB 3.0. A previsão é que custem entre US$ 40 e US$ 45 aqui no Brasil”, destacou.
O diretor da Linux também falou sobre a sua estreita relação com o Brasil, construída desde as primeiras visitas ao País, em 1996. Recentemente, ele teve a ideia de unir dois trabalhos de inclusão digital. Em São Paulo, moradores das favelas estão aprendendo programação; no Rio de Janeiro, a ideia é levar Wi-Fi para favelas cariocas. “Para isso, procuramos novos mentores, como grupos de pesquisa e universidades interessadas”, explicou.
Na palestra de ontem, Maddog também comparou a própria carreira profissional a um grand slam no beisebol (uma grande jogada no esporte), dividindo a sua atuação em três bases: na primeira, a criação do Instituto Profissional Linux (responsável pela emissão da certificação LPI, atribuída a administradores de sistema de todo o mundo); na segunda, o Projeto Cauã, que une hardware, rede e empreendedorismo; a terceira base corresponde à fabricação de computadores baratos.
“Antigamente, os computadores custavam U$ 2,5 milhões. Hoje temos centenas de computadores de baixo custo”, concluiu.
Com informações de Canaltech