Entender o que é blockchain pode parecer complicado para quem tem contato pela primeira vez com o termo. Em resumo, o blockchain nasce da união entre a tecnologia e o mercado financeiro, sendo um sistema que possibilita o envio e recebimento de registros de informações através de blocos protegidos por criptografia, formando uma espécie de corrente. Então o nome blockchain, ou em português, corrente de blocos.
Em geral, o sistema é um livro de registros de transações que atravessa diversas validações. Em seu início, o blockchain era muito ligado ao bitcoin, principal moeda virtual do mundo hoje. Posteriormente, o sistema ganhou novas funcionalidades e também passou a ser usado para outras criptomoedas, como Ether e Litcoin.
“O blockchain evoluiu ao ponto de ser utilizado para diversas funções, não estar atrelado apenas ao bitcoin e o desenvolvedor é parte fundamental deste processo, desenvolvendo contratos inteligentes, arquiteturas de rede e protocolos do blockchain” explica João Gabriel, head de tecnologia da Ideen e influenciador nas redes sociais como o Matuto Programador.
Além das transações feitas em criptomoedas, o sistema pode ser usado para validar documentos, rastrear encomendas, comercializar músicas e filmes, escrituras de imóveis, ações da bolsa de valores, registros de cadeias de suprimentos e gestão de dados, entre outras possibilidades.
Atuação do desenvolvedor blockchain
Apesar de não ser uma tecnologia propriamente nova, com o conceito tendo surgido em 2008, o blockchain ainda é um sistema que tem muito a ser explorado em outros países, como o Estados Unidos, mas principalmente no Brasil.
“O nosso país ainda precisa avançar muito nesta questão do blockchain, mas o mundo também precisa. Antes conhecíamos esta ferramenta pela sua conexão ao bitcoin e criptomoedas, então o conceito do blockchain precisa ser disseminado no Brasil para que as pessoas passem a conhecer cada vez mais essa tecnologia.” conta o desenvolvedor.
O desenvolvedor blockchain deve entender a arquitetura em que trabalha e ter conhecimento em estruturas de banco de dados. Diferente de algumas outras funções dentro do campo de tech, o blockchain ainda não possui grades fixas em faculdades de tecnologia, mas com a democratização do ensino, os cursos online possuem conteúdo teórico suficiente para iniciar o processo de ingresso na área.
Entre as funções do especialista que trabalha com este sistema estão: projetar protocolos blockchain; projetar arquitetura de rede que pode ser usada para centralizar ou descentralizar dados; desenvolver em formato back-end de acordo com os protocolos blockchain e desenvolver projetos front-end.
“Desenvolvedores web tradicionais, com bom raciocínio lógico podem utilizar de seus conhecimentos em linguagens de programação como Java, Javascript, Python e Solidity para seguir a carreira como desenvolvedor blockchain.” relata João.
Mercado de trabalho e oportunidades
O mercado de tecnologia se encontra em ascensão, tanto em nível nacional, quanto a nível global. De acordo com um levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o mercado de TI nacional deve chegar em 2025 com um déficit de quase 800 mil profissionais de tecnologia.
Os números evidenciam que os próximos anos tendem a ter uma grande oferta de vagas para quem desejar se especializar em tecnologia, principalmente no campo de estudo do blockchain.
Além disso, um movimento que vem ganhando força no setor tech é a exportação de profissionais do Brasil para outros países. A possibilidade de ganhar em dólar ou euro, aliado ao home office tem feito com que os especialistas da área prestem seus serviços para empresas estrangeiras.
“Existem oportunidades de carreira internacional para desenvolvedores blockchain, assim como existem para outras áreas de tecnologia, temos que entender que o blockchain é um setor que ainda tem muito a ser descoberto e explorado, com potencial para que a carreira dos profissionais seja feita integralmente na área.” finaliza o influenciador.