Dag Kittlaus e Adam Cheyer criaram a inteligência artificial por trás da Siri, assistente digital da Apple e uma das primeiras aplicações modernas a lidar de forma competente com consultas em linguagem natural em um smartphone. Hoje, a dupla mostrou sua mais nova criação, o Viv, a próxima geração de assistente de AI que eles têm desenvolvido nos últimos quatro anos. O objetivo era criar uma versão melhor da Siri, conectada a vários serviços. Durante 20 minutos de demonstração no palco do TechCrunch Disrupt NYC, o Viv lidou perfeitamente com uma dúzia de pedidos complexos, não só em termos de compreensão, mas conectando-se a comerciantes de terceiros para adquirir bens e fazer reservas de livros.
A principal diferença entre a Siri e o Viv é que este é uma plataforma muito mais aberta. Uma das maiores frustrações com a Siri é que ela tem apenas um pequeno número de tarefas que pode executar. Para uma enorme gama de solicitações ou consultas, a Siri será o padrão para uma pesquisa web genérica. A abordagem do Viv é mais próxima da Alexa, da Amazon, ou dos bots do Messenger, do Facebook.
De acordo com o site The Verge, a distinção crucial aqui é entre a IA ampla horizontal e a IA especializada vertical. Um serviço como x.ai, que compartilha investidores com Viv, é focado em apenas uma coisa: agendamento de reuniões. Ele faz essa tarefa muito bem, mas não pode fazer mais nada. Já Siri, Alexa, Cortana, entre outros são destinados a ser IA ampla, capazes de lidar com uma variedade de diferentes tarefas. Eles agem como um bot de comando e controle, encaminhando consultas para o bot apropriado para reservar um quarto de hotel ou encomendar flores, por exemplo. Até agora, Amazon e Facebook declararam que sua abordagem terá como objetivo se integrarem com o maior número possível de serviços de terceiros. Siri e Google Now, por outro lado, permaneceram mais fechados.
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A Microsoft também está a investindo fortemente na ideia de bots inteligentes, e mostrou um motor para criá-los durante sua recente conferência de desenvolvedores. No coração da mudança de paradigma de aplicativos para bots, disse o CEO da Satya Nadella, estava o conceito de “conversação como uma plataforma”. O Viv sintetiza essa tendência, e seus criadores têm trabalhado no problema da compreensão da linguagem natural por muitos anos, começando com um projeto de AI apoiado pelo DARPA no início dos anos 2000. Isso levou a um sistema muito sutil e poderoso, capaz de compreender e agir sobre consultas como “No caminho para a casa do meu irmão, eu preciso comprar um vinho barato que vai bem com lasanha”.
“O Viv é projetado para ser device agnostic – pense em uma plataforma aberta a todos os serviços, para todos os dispositivos, personalizada para você. O objetivo do Viv é ser onipresente para que ele entenda suas preferências, à medida que você o acessa em seu dispositivo móvel, ou em seu carro, ou em seu dispositivo inteligente em casa”, disse Adam Koopersmith, um parceiro com o Grupo Pritzker Venture Capital, um dos investidores do Viv.
O Viv estará em concorrência com o mecanismo de bot da Microsoft e as APIs disponibilizadas pelo Facebook para encorajar os desenvolvedores a construírem bots para o Messenger. Na demonstração de hoje, o Viv respondeu a coisas como “Estava chovendo em Seattle três quintas-feiras atrás?”. Mas ele também poderia lidar com consultas mais sociais, como “Enviar vinte dólares para Adam” e “Enviar flores para minha mãe”. No palco, essas ações foram realizadas de forma muito mais fácil do que a experiência que as pessoas têm tido com os bots do Facebook.
À primeira vista, o Viv certamente não será capaz de oferecer aos comerciantes uma base de consumidores em massa, como o Facebook e a Amazon podem fazer. Os fundadores do Viv acreditam que os desenvolvedores de terceiros e os comerciantes vão escolhê-los por causa da força da sua IA e porque eles são um serviço neutro, não um gigante da tecnologia.
No palco, cada solicitação verbal feita ao Viv resultava em um código mostrando como ele entendeu e lidou com o pedido. Isso, hipoteticamente, pode permitir que os desenvolvedores criem um sistema robusto de interface de usuário para os seus serviços simplesmente conversando com o Viv e aprimorando o código que ele gera em troca.