“A Internet das Coisas é o futuro, e não participar dela é um erro.” Com essa frase, Nagib Nassif Filho, fundador da Bolha – desenvolvimento de projetos de tecnologia criativa -, resumiu a sua palestra “Desafios de conectividade de dispositivos em realtime”, durante o segundo dia do InterCon 2016.
Um desses desafios, aliás, está na forma de conectar aparelhos a pessoas – e, mais, entender as suas necessidades e criar soluções para elas.
“Hoje, as grandes inovações não vêm só de indústria, mas de gente como a gente, que busca resolver problemas do dia a dia”, exemplificou. “Esse problemas, muitas vezes, não estão na mira da indústria”, disse, afirmando que essa é uma grande janela para a inovação.
A maior dificuldade, porém, reside na conectividade. O wi-fi, por exemplo, é de difícil implantação, principalmente quando se fala em grandes concentrações – a estabilidade costuma ser o grande gargalo.
Também se trabalha muito com bluetooth, mas uma nova tecnologia, segundo Filho, promete mudar de maneira inédita a forma como os aparelhos conversam entre si: o Lora.
Essa tecnologia, cujos testes no Brasil já começam a ser realizados antes mesmo das regulações de sinal, funciona baseada em radiofrequência para longas distâncias, com raio acima de 15 km, e transmite pacotes de dados entre 0,3 e 50 kbps.
“O Lora trabalha consumindo pouco consumo de energia, com vida últil de 2 a 3 anos. Além de se ligar às redes wi-fi, consegue se conectar a até 9 milhões de aparelhos”, afirmou para uma plateia impressionada.
Assim, de acordo com ele, a Internet das Coisas só será possível por causa do Lora.
Diferente
Como exemplo de como a tecnologia torna-se obsoleta rapidamente, Filho mostrou um produto criado entre 2013 3 2014 para a cervejaria Budweiser que ligava pessoas pelo Facebook. Copos com sensores de movimento eram distribuídos aos clientes, que utilizavam um QR Code para buscar a sua conta na rede social.
Quando duas pessoas faziam o movimento de brindar os copos, o Facebook publicava, na timeline de ambas, que elas queriam iniciar uma amizade.
A maneira como o projeto foi executado, segundo o fundador da Bolha, atendia às necessidades da época, mas já foi ultrapassada. “Eu não faria jamais dessa forma hoje. Para vocês verem que seria um projeto completamente diferente daquele de dois ou três anos atrás”, afirmou.
Processos
Trabalhar com a Internet das Coisas também se trata, para Filho, de criação de produtos. “Começamos com um problema, geralmente nosso ou de um grupo pequeno de pessoas, e o usamos como brainstorm”, afirmou. “Depois fazemos a prova de conceito, prototipação e só lá no fim que começamos a produção em escala”, finalizou.